(Prosa minimalista de Rui Sá, o contista
econômico nas palavras. Ou preguiçoso. Como queiram.)
Surge o caipira furioso gritando na cerca do vizinho.
- Desgraçado! Você roubou minha galinha!
Bate no portão da vizinha, a senhora ensandecida.
- Eu te emprestei açúcar e você roubou meu açucareiro!
Toca a campainha do vizinho o rapaz endiabrado.
- Você roubou minha noiva!
Liga o interfone nervoso para o apartamento do vizinho.
- Você roubou o meu Wi-Fi!
O vizinho baixou a cabeça e silenciou com um sorriso
enviesado.
- Fala alguma coisa! Como descobriu minha senha?
- Foi a galinha da sua mulher que sempre aparece
me pedindo açúcar.
domingo, 20 de novembro de 2016
SOBRE VIZINHOS E OS TEMPOS
por José Guilherme Vereza
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