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temente ao imprevisto que nos acomete,
não te demores no horror

de petrificar singelezas
por todas as esquinas

são essas incongruentes libertações
que nos enganam
na falta dos receptivos licores,
às pedras enxutas
nos assemelhamos
em detrimento dos toques

somos fardos cansados,
corações espremidos
em folclóricas obrigações

clamamos por confortáveis celas,
naturalizamo-nos punição
nessa histeria de chamar o medo
por seu antigo mote,
choro

ave de caça,
pela aclaração
do abandono,
imigra sufocada
ao que virá na aceitação

de que me importa
se és tu
a inacessível chave
para ser alguém na vida?

o peso da encenação
não nos difere na escolha,
conquistas o ouro
com a velhice
ruminada nas veias,
inexistente é o júbilo
na escolta do imaterial
ao repouso merecido

todo esse despudor
é indiferente
ao inevitável
que nos acama

queimando em silêncio
antes de se pôr no berço,
a inocência é uma fantasia
com lembranças empoadas

não dignifique
os frangalhos
por onde se ampara certeza,
volte antes
de terminar em sombra
num mundo de glórias.


[Foto: Billy Bogiatzoglou]

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