Imagino o frio do mar
que vê o urso morrer
aos poucos
e espera
feito louco
que sua carcaça afunde
rápido demais
pela leveza do ser
pra dar de comer a outros
tão mortos de fome quanto
as crianças
que fogem de barco
de medo
da guerra
e se perdem
por outros mares
menos gélidos
talvez
mais revoltos
Deixam à beira da praia seus mortos
Deixam intactos os pequenos corpos
Nenhum peixe quis comer a criancinha.
A crueldade do mundo há de ter limites.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Morte líquida
por Ju Blasina
3 Comentários
3 comentários:
Lindo, Ju. É triste e é belo.
Ai, que doído! Lindo, de tão plangente.
Ai, que doído! Lindo, de tão plangente.
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