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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Poeminha Existencial nº. 01

Vês a pequena flor amarela numa calçada cinzenta?
Vês como ela estica seu pequeno caule direção das nuvens brancas?
Pergunta como ela nasceu
como foi parar ali
Em que ponto o seu destino se incrustou no do asfalto
Em que ponto destoou dele
Mas não esperes por respostas
A flor não tem tempo
O tempo da flor é nulo
A flor não sabe fazer conjecturas de ontem, hoje e amanhã
Não sabe que é tão amarela numa calçada tão cinzenta
Onde pessoas semimortas passam
E tu dizes que és melhor do que a flor na calçada porque sabes dela,
malgrado ela não saiba de tu
Mas a flor não sabe mesmo – de nada.


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