Jantar de Silêncio
Dilate o silêncio do meu corpo.
Um momento de surdez que quebra a noite.
Morda o meu lábio à desatino.
Embale a alma leve na jornada
Enquanto eu entrego o meu pranto.
Você delira risadas no meu lírio.
Eterna noite para sempre fustigada.
Cristal branco em cima da bancada
Santidade minha esquecida
De eterna vida, eterna entrega...
Já na sua perna eu prego, mordo, arranho.
Faço ferida em tua vida, em tua vida...
Paz de anestesia em qualquer canto.
Jantar de lábios, beiços e partida...
E quando eu ando, ando suicida...
É de mentira que faço o meu teatro.
Pelado, mostrando a minha ira.
Eu faço vida, em qualquer canto...
De maquiagem foi feita à viagem.
E de prazer fui morrer na sua pele.
Que te repele, mas gosta tanto.
Amor eu quero mais que Carnaval.
Percebe a rosa, do meu punhal?
Quando acabar, se afaste do lugar.
Meu pranto mancha a sua serpentina.
Já na saída do seu caminhar.
Em teu olhar, em seu olhar...
Do livro Corpo Partido - Editora Patuá.
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