arrefecido
pela
corrosão
dos
sonhos
vedo-me
nas
violetas
ergo-me
oco
aos
espectros
das
recordações
com
a desestrutura
molecular
de
quem
apieda-se
imundo
-
em tempos idos
houve
o
despreparo
a
escancarar-me
saturnino
-
o
definhamento
dos
gestos
entorpece-me
na
insônia
até
onde
o
berro não se atreve
pinchado
de
uma carcaça
morfética
noutra
orbe
lancinante
acomodei
o afeto
na
senda
do
jamais
empalecidamente
obsidiado
pelo
ressequido
talento
de
ser a magistral
insignificância
margeio-me
por
vestígios
-
feito uma marionete
arregaçada
pelo
derrame
batizo
no sangue
a
anímica
desconsolação
-
sacramento-me
à
vidência
encardida
o
conformismo
da
impassibilidade
debruço
sobre
as hienas
embuçadas
o
remorso
de
uma letárgica
vivência
vinga-se
na
minha sede
a
pesarosa
síndrome
do
óbito longínquo
cair
em si
pela
caótica
hipótese
de
ser além.
![]() |
[Prometheus, Ferdinando Gregori, 1786] |
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