Três poemas de Amanda Bruno





noite no trânsito

branco branco
risca 
vermelho
pisca
acende
amarelo

nem assim 
apaga
a lua


***


os poetas do passado
pesam meu pensamento
não há tormento
que eles não tenham curado

não há poema meu
que não pareça errado
para quem leu
os poetas do passado


***


          pro Teus

não tenho ponto de vista
que ponto não tem tamanho

nem linha de raciocínio
que linha é só num plano

tenho é plano pro mundo
e nem é cartesiano

levo tudo na flauta
que toco no último volume




do livro Por Aqui (Edith)

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