finalmente me encontrei com o corpo no
leito dos trancafiamentos noctâmbulos. o peso da claridade esmagando a insônia.
acoplamento de fúria e solidão aprofundado na respiração das mágoas pisadas.
anatomia cadavérica reinando sobre o cansaço calcificado na cutânea estadia dos
vergões. vias escancaradas injetando desmoronamentos. nos olhos um brilho
esquecido que me deu lugar ao vão incabível da negação. estreitamente similar
ao movimento calado pelo negror intrínseco. jejuei-me durante quarenta
açoitadas nas desérticas asas do repouso. amanso que nunca tive na onipresença
dos carinhos. o mantra entoa os ossos cansados sempre na mesma posição.
agrida-me para não esquecer. gemo translações no escuso direito de ser homem.
aquarela sanguínea a escorrer sob os respingos da absolvição. meio litro de
cachaça e sequelas estourando a garganta. sortilégio das minhas escarificações.
ela nem sabe que passo as noites endiabrando a vontade de fodê-la. nesse balcão
de monstruosas confissões já deixei grafada toda a sujeira que me debruça.
deitei por vezes o meu choro na angústia do porvir. quase me atrevi ressentido
na esperança do encontro. não houve abertura para arrancá-la da cônscia lama
imemorial. entornei chumbo pensando em chupá-la por toda a reverberação.
desprendi-me das estações seguras. minha alma implorando para ser escravizada
pelos caprichos melindrosos. obsediá-la com as garras do apego. marchante das
misérias e acasos. é uma trombose pensar em te tocar e ficar encovilado nas
tentações. epífise mordendo a massa cinzenta por alguma reação. não adianta
iluminar os meus dragões. fui concebido na fossa da antítese. anseio morrer na
boceta que me recusa. sarna se proliferando na língua feito praga consagrada.
clamo para que a puta seja minha honraria. a excitação derramada na linfa dos
desejos. sem mais dizeres prometidos na colheita das mentiras. não bastou
abandonar aquela casa de velharias. sigo com os cacos perfurando os pulmões.
angariado pelo pós-trauma. deixei às cinzas as marcas que nos desnudam. essa
imundície que carrego é a única pedrada que me mantém fixo. talvez a ressaca
seja minha irisação para um novo ciclo. não sei onde devo acordar com os miolos
gritando por socorro. almejo estar em paz entre as fissuras da crueldade. nem
que seja em troca do meu éter decepado. de todo o sagrado que resguardo na
cloaca dos vícios. a podridão não me salva da angústia que é ensurdecer. prefiro o
tormento que me tange humilhação. respirar o amanhã passou a ser uma vertigem.
sonhos não zelam calmarias. o tesão consiste em amar epifanias. arregaçar o
cacete no cálice da Mulher Escarlate.
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