A gente
morre um pouco
em cada
poço.
E cá
estou, recluso em meu
castelo.
Ergui meus
muros, cavei meu
próprio fosso,
Com minhas dores, cortantes
qual cutelo.
Se hoje
em dia
não temo nem
a morte,
Se minha
busca resume-se à estrada,
Direis, talvez,
que sou homem
de sorte,
Mas só eu sei o preço
da jornada.
Se com
a vida travei longo
duelo,
E mergulhei no abismo até o
osso,
Fui qual
Narciso, julgando-me tão belo,
Ignorando que
o lago era um poço.
Hoje me vejo, tão vil e sem remorsos,
Nessa infâmia
que mais
e mais se agrava.
E quanto
mais tento
livrar-me desses poços,
Mais eu percebo ser aquele que os cava.
1 comentários:
Como eu gosto de rimas boas. O arremate é de uma grande verdade. Um poema gostoso.
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