Hoje,
não.
Nenhuma
palavra sobre certa “pensadora contemporânea” (assim chamada por certo
professor de filosofia – e a suposta intenção de ironia não disfarça a
frivolidade da iniciativa), que pensa com outra parte da anatomia que não o
cérebro.
Silêncio
total sobre outro pensador contemporâneo que, crivado de lauréis acadêmicos,
desfolha por aí seu conservadorismo abjeto. Eu pergunto: como pode? Alguém me
responde?
Perda de
tempo escrever sobre a falsa guinada à direita de um jovem cronista. A manobra
acabou arrastando uma massa (ou malta?) de reacionários mal disfarçados que se
apressou em comentários de adesão. O jovem cronista, atônito com a
multiplicação dos comentários a favor, se viu compelido a confessar o óbvio: o
texto teve o só propósito de um ultraje a rigor.
Longe de
mim escrever sobre os novos censores, artistas antes tidos como arautos da
liberdade e para quem era proibido proibir.
Ridículo
pensar em escrever sobre os uivos de um lobobão, que ataca tudo e todos com
nada de consistência argumentativa e farto blablablá verborrágico.
Minha
caneta não quer gastar tinta escrevendo sobre a dinastia de sertanejos e assemelhados que se entronizou em todos os palcos, inundando-os de lepo-lepos, tchê-tchererê-tchê-tchês,
tchu-tchás, bará-bará-barás, berê-berê-berês e outras bizarrices onomatopaicas.
Minha
gasta e parca inteligência se recusa a escrever sobre brothers alçados à
condição de heróis. Heróis de quê, meu Deus? O mais que fazem tais heróis é
modorrar no hedonismo e no ócio.
Não vale
a pena escrever sobre celebridades que pululam em todas as telas, sem qualquer
pudor de exibir o oco que as preenche.
Nem
pensar em escrever sobre o pão nosso de cada dia recheado de escândalos,
corrupção, violência.
Não.
Diante
dessa pauta “palpitante” de assuntos, hoje eu prefiro o silêncio.
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