Queria se livrar do marido. Escondeu chumbinho de rato entre as pernas.
Meia noite e quarenta. Ele, bêbado, chegou fazendo bagunça, tropeçou na cama
e veio se chegando entre os lençóis.
- Abre as pernas, Almerinda. Tô na maior secura.
- Venha, Josias, venha. Venha curar sua ressaca no seu poço da felicidade.
E tal como um urso lambendo mel, Josias mergulhou fundo no pote de Almerinda.
Nem demorou, começou a fraquejar a respiração. Aos urros teve um espasmo,
ali mesmo, sem deixar seu posto.
Almerinda prendeu com as coxas a cabeça do homem estrebuchante,
até sentir a língua sôfrega do marido parar de saracotear. Certa de ouvir um último suspiro,
olhou para o teto, sorriu saciada. Sem fingir.
Pela primeira vez gozou duplamente.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
A primeira vez
por José Guilherme Vereza
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