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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Para contar as horas

Enquanto mudam tanto
os dígitos do relógio
virtual
continuo eu a ser
a mesma 

das horas
de antes
porém agora
com menos tempo
para
o que quer que venha
depois.


e o que vem depois?


mais minutos

e segundos que correm 
apressados em grupos
de 60 em 60: números
e números e números... e
se a mim ainda restasse
o mesmo deles 
em anos 
eu estaria
feliz 

a longo prazo. não agora.

não há tempo

para a felicidade
mal há tempo
para contar
sobre si mesmo

às horas.

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Ju Blasina




todo dia 07


1 comentários:

Senti a suavidade intransigente e inescrupulosa dos ponteiros do relógio.
Muito bonito este poema, Ju.
Bjs.

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