Amigos, volto à prosa minimalista, hoje com o tema VIAGENS. Agradeço, desde já, a leitura.
Macrossaudações.
Edweine Loureiro
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AEROPORTO DE BOSTON
Despediu-se da esposa com um longo beijo. Estava tranquilo, vendo o céu límpido naquela manhã de setembro de 2001. Antes de embarcar, ainda brincou com a atendente:
― Voo onze, dia onze... Meu número de sorte.
A moça, porém, não sorrindo, limitou-se a chamar o próximo passageiro: Mohamed Atta, que também tinha onze letras no nome...
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TREM DAS ONZE
Viu a locomotiva aproximar-se e olhou o relógio. Pontual, como sempre! – disse consigo, sorrindo. E, em seguida, atirou-se sobre os trilhos.
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FELIZ ANO VELHO
Quando, às 23h59 do dia 31 de dezembro, ouviu as palavras “Parado! É a polícia!”, soube que ali terminavam as tentativas.
Mas ainda lhe restava a grande viagem. Assim, levando o revólver à boca, disparou.
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1 comentários:
Curtos? Não! Profundos...
E de tão profundos,
não acabam...
Réjo Marpa
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