Receba Samizdat em seu e-mail

Delivered by FeedBurner

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Suplício

ancora no peito
um girassol
brutalmente asfixiado

ermo na penumbra
alimento a vaga
expectoração febril

não me resta nada
além dos ossos
repuxados pelo quietismo

é a experimentação
do desassossego
secretando-me
vetusta amoralidade

vem-me à boca
a estrumada exaltação
encharcando a candura
da cadavérica eucaristia

- retorço o âmago
sob a fervura
das paliativas confissões -

arauto da repulsa
curro a secularização
em que me confino
distúrbio retraído

eviscero-me insônia
no sôfrego velamento

- suplico florescência
aos sorrisos descarnados -

ulceroso me condeno
antes da mandíbula sepulcral
atravessar-me
por inteiro.

[Thymournia - And I Called Thee Raven]

Share


Bruno Bossolan
Nasci em 25 de junho de 1988 e resido em Capivari, interior de SP. Sou Cronista e Redator do Jornal O Semanário. [www.osemanario.com.br] Autor dos Livros: N(ó)stálgico (Poesias, 2011 - Paco Editorial) - Barbáriderna (Poesias, 2012 - Editora Penalux), com participação também em mais de 10 antologias poéticas. Autor da Peça Teatral “Destroços do Martírio” (apresentada no Mapa Cultural de SP na cidade de Porto Feliz – 2008/2009).
todo dia 01


0 comentários:

Postar um comentário