Participei como autor convidado da antologia Natal, viagens e fantasias, organizada pela escritora curitibana Isabel Furini. Pela proximidade da data festiva, publico aqui os dois textos curtos que produzi especialmente para o livro.
Tive grande dificuldade para trabalhar com um tema previamente definido. Costumo trabalhar com base em lampejos, ideias de momento, que desenvolvo na hora - se possível - ou anoto para trabalhar em cima depois.
Creio que, como exercício, foi interessante e enriquecedor. Mas não sei se eu me disporia a abraçar outras empreitadas nestes moldes. Talvez por uma birra em relação às histórias que quero contar, talvez por um impulso egoísta, talvez seja só o cansaço desse fim de ano falando mais alto; mas, de fato, não sei se toparia produzir outros textos com tema pré-definido.
Fica aqui, então, além dos textos, o questionamento para os leitores-autores: vocês gostam de produzir textos com temas pré-definidos? Estão acostumados a isso? É comum os organizadores de antologia encomendarem textos com temas bem específicos, vocês estão preparados e/ou dispostos a enfrentar este desafio da profissão de escritor?
Globalização
Após a entrega dos presentes, curioso, reparou em uma pequena inscrição que constava em seu carrinho de controle remoto, no tênis de seu irmão, na bolsa da mãe e no celular do pai.
No ano seguinte, alterou o endereço na cartinha com os pedidos: do Pólo Norte para a China.
Tradição
Quando ele chegou à casa da família, com uma hora de atraso, após não fazer desfeita em nenhuma das casas pelas quais já havia passado, a barba desgrenhada carregava centenas de migalhas e algumas gotas de molho; já não trazia mais o gorro e, para piorar, cambaleava e exalava espumante barato.
Das tradições que ele deveria trazer ou inspirar, restou apenas o saco bem cheio, a ponto de explodir.
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