O
Butuca
era
o
cara
mais
legal
da
turma,
tomava
altos
tragos
com
a
galera,
sempre
conseguia
o
melhor
baseado
e
até
descolava
um
pó
pra
nós
de
vez
em
quando.
Sempre
conseguia
as
mina
mais
tri
e
todo
findi
tava
com
uma
diferente.
Eu
tinha
dez
anos
e
quando
crescesse
mais
queria
ser
que
nem
o
Butuca,
o
cara
era
muito
legal.
Teve
uma
vez
que
ele
até
deixou
eu
dar
uma
pitada
num
baseado.
Sempre
conseguia
uns
troco
pra
gente
comprar
uns
crivo.
Pô!
o
cara
era
legal
a
beça.
Enganava
os
porco
direitinho,
nunca
conseguiram
pegar
ele.
A
gente
nunca
sabia
qual
era
a
parada
dele,
mas
ele
era
muito
esperto.
Tinha
dezesseis
anos
e
já
ia
ser
pai
de
duas
minas,
mas
é
claro
elas
não
sabia
uma
da
outra,
só
nóis
e
a galera
do
Butuca
é
que
sabia.
Teve
uma
vez
que
apareceu
na
banda,
um
troxa
que
quis
dar
uma
de
pai
pra
cima
da
gente.
O
tio
começou
o
maior
sermão
pra
cima
da
gente,
dizendo
que
a
gente
não
podia
fumar,
que
era
muito
novo.
Mandei
ele
se
fudê.
O
tio
não
gostou
e
disse
que
ia
chamar
os
porco.
Quando
o
Butuca
viu
o
tio
falar
em
porco.
Ele
odiava
porco,
e
com
toda
razão
os
cara
só
aparecia
na
zona
pra
leva
um
de
nós,
dizendo
que
a
gente
tinha
metido
alguém,
viagem
só
viagem.
A
moral
é
que
quando
a
viatura
aparecia
lá
é
porque
eles
tava
sem
o
barato
e
via
rouba
da
gente
e
sempre
a
mesma
história,
dessa
vez
a
gente
libera
vocês
mas
da
próxima
grade.
As
vezes,
só
por
diversão,
eles
davam
uns
piteco
na
gente
e
manda
nós
cala
a
boca.
Naquele
dia
o
Butuca
não
gostou
de
ouvir
o
tio
fala
assim,
saiu
do
canto
dele
e
veio
pra
cima
do
coroa,
chegou
junto,
deu
um
encontrão
pra
abrir
espaço
e
guindou
um
soco
no
nariz.
Pronto
o
babaca
tava
sangrando,
e
ainda
por
cima
gritou
com
o
Butuca,
chamou
ele
de
marginal.
O
Butuca
não
era
marginal,
ele
era
um
cara
gente
fina,
um
cara
legal.
Ouviu
e
não
gostou. Deu
outra
no
tio. O
velho
foi
pro
chão,
daí
o
Butuca
tirou
o
ferro
e
apontou
pro
babaca.
Eu
pensei
que
o
Butuca
ia
apagar
o
velho
ali
mesmo,
deu
até
pena
de
ver
o
tio
se
mijando na
calça,
mas
o
Butuca,
só
pra
mostrar
que
era
um
cara
legal,
deixou
a
gente
dar
uns
chute
no tio.
Aquilo foi da hora, vou
muito
legal. Dei um
que
chegou
a
quebrar
uns
dentes
do
velho.
Dente
mesmo,
porque
a
dentadura
já
tinha
voado
longe,
depois
o
Butuca
tirou
a
grana
do
coroa
e
deu
pra
nós.
Daí
a
gente
foi
comprar
doces e bebida
pra
todo mundo.
Não
sei
o
que
houve
com
o
tio,
quando
a
gente
voltou
ele
não
tava
mais
lá.
A
gente
acha
que
ele
fugiu
de
tanto
medo,
mas
tem
uns
cara
da
banda
que
diz
que
o
Butuca
apagou
ele.
Mas
é
mentira,
o
Butuca
era
um
cara
legal.
Só
que
é
foda,
os
cara
legal
morre
cedo.
Teve
uma
vez
que
o
Butuca
conseguiu
um
grana
fudida
e
comprou
um
monte
de
pó.
Deu
a
metade
pra
galera
e
a
outra
ele
levou
pra
baia.
O
Butuca
se
chapou
e
quiz
mais,
e
mais.
Não
deu,
o
cara
era
legal
mas
morreu.
Não
agüentou
o
tranco,
se
foi.
Eu
até
tive
vontade
de
chorar,
mas
aprendi
com
o
Butuca
que
homem
não
chora,
só
mulher
e
veado
é
que
chora.
A
merda
é
que
agora
não
tem
mais
o
Butuca.
Só
ficou
mané
na
galera,
os
cara
não
querem
saber
de
beber,
nem
de
curtir
um
barato.
Os
parceiro,
os
amigão
do
Butuca
não
aparece
mais
lá.
Que
foda,
agora
ninguém
vai
descola
unzinho
pra
gente
consegui
uns
crivo.
A
gente
precisava
mesmo
era
de
um
cara
lelgal.
Paciência,
vamo
te
que
se
vira.
1 comentários:
Que belo texto!
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