foto: Raul Garré |
Peixes no aquário
Mundo sem reflexo
O tempo do não espelho
Máscaras perigosas demais
Cápsulas que resolvem quase tudo
Por que o tudo quase sempre é nada
E quase nada é muito
Pra quem sobrevive das circunstâncias do dia a dia
Tudo tão artificial
Bomba de oxigênio, ar condicionado,
Dinheiro de plástico, bala de borracha,
Bola de cristal, doses de efeito moral
Mas que moral?
Eu caminho sem observar as vitrines
Encontro amigos jogados pelos cantos
Empilhados em apartamentos que não respiram
No semáforo, eu me sinto um peixe fora d’água
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