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sábado, 22 de maio de 2010

O que é certo ou errado quando não podemos ser?


 Pessoas se comunicam para sobreviver e para vivenciar o que elas mesmas produzem. A língua portuguesa é propriedade universal, seu registro passou por várias bocas e mãos, e ainda passa. Por ser universal e sujeita a interferência humana, de acordo com uma variedade infinita de contextos, a língua portuguesa não é “língua portuguesa”, e sim, uma identidade própria de cada grupo comunicativo que a compõe.
Irresponsabilidade em determinar toda uma rede de lusófonos como “lusófona”, pois assim se justifica - mesmo imperceptivelmente e de forma a acordar com o mito da imparcialidade – toda a construção irracional pela qual se disseminou a língua portuguesa. Irresponsabilidade em propor um meio alternativo que possa contemplar o lado racional, atual, que seja parte de cada grupo comunicativo, em outra estrutura?
  Uma língua que se espalhou, de uma forma não-automática, pela interação que fomentou seu próprio conceito, ou seja, “língua 'portuguesa'”. A língua de quem venceu. A marca de uma série de interações políticas, culturais, sociais, jurídicas, sobretudo: uma interação de guerra e exploração.
  Tal marca deve ser evidenciada, até o esgotamento surreal das necessidades comunicativas, pois se não é no agora que se edifica a própria realidade das pessoas deste tempo, então não existe nem povo, nem cultura, nem língua, nem um ser identificado com algo.
Se há uma brecha para se induzir ao esclarecimento de que a cada dia que passa, a humanidade produz um tipo diferente de comunicação: os agentes da tal “luz”, hoje, pessoas comuns, locais, sublocais e internacionais – que substituem as poucas vozes do passado – são as responsáveis.

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