por Ju Blasina
Há tempos persegue-me uma sombra
Deformada, mal forjada, vestindo-se de minha
Há tempos percebo esta sombra, fingindo andar sozinha
Um vulto, uma sombra, etérea e cinza, fria e opaca, que
Com o dia se aplaca e junto à lua me espreita
Do que seria ela feita: luz ou escuridão?
Seria ela real ou ilusão? De ótica
De excesso de medo, de álcool, de solidão
Preciso olhar mais de perto — Melhor — Não
Abençoada seja a ignorância!
Quando tudo o que lhe acompanha
É uma dúvida, não é sábio afugentá-la
Há tempos corri ao longe, tentando
Confundi-la, julgando despistá-la. Errônea
Escolha que fez tão triste e vazia a minha rua
Desde então, sigo sempre e só, no caminho
Mais claro, dentre a noite mais escura
Rente à parede mais turva
Há tempos persigo esta sombra
E não raro tropeço em amarguras
Há tempos persigo uma sombra, sonhando ser tua
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