Volmar Camargo Junior
— Qual é a melhor recordação que você tem do tempo em que o Sarney foi presidente?
— Da poupança que eu tinha no Bamerindus. Cheguei a ter cento e cinquenta milhões de cruzados.
— Nossa! Tudo isso? E o que fez com esse dinheiro todo?
— Dei de entrada num par de chuteiras Kichute. Terminei de pagar no dia que o Ulysses anunciou que ia se candidatar, em 89. O que eu devia na loja de calçados dava para comprar um Fusca.
— E pagou como?
— Troquei o carnê com um cabo eleitoral do Collor.
— E você votou nele?
— Claro que não. Votei no Lula.
— Você não tinha medo da “ameaça socialista”?
— Até tinha, mas eu ficava tão emocionado com aquela musiquinha... “Brilha uma estrela... Lula lá!”...
— Tá, mas e o Sarney?
— Que tem ele?
— Não lembra de nada do governo dele?
— Ah! Claro. Lembro do dia que ele virou presidente.
— Virou?
— Sim. Lembro do Antônio Britto, porta voz do governo, veio dizer que o presidente eleito, o Tancredo, não ia poder comparecer à cerimônia de posse teve a infelicidade de morrer antes. Aí, o vice, Sarney, virou presidente. Depois disso, nunca duvidei de mais nada.
3 comentários:
rsrs
Realmente... E aquela musiquinha ainda me emociona! risos
So faltaram os fiscais do congelamento. E o pior que se acreditou nas sandices politicas do bigodao.
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