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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Laboratório Poético: um ser indefinido

Volmar Camargo Junior

Incógnita

 

um diabinho empoeirado se esgueirava

entre as pernas das cadeiras

debaixo das camas, à hora do banho

 

encurralou-se num canto da casa

com esses dois dedos

sem querer, esmaguei-o

 

morreu, uma pena, sem nenhum esforço

 

morreu, desgraçado, sem dizer a que veio






Fera (Vermelho-gente)

 

tinge-te, fera, de vermelho-gente

quente troféu vivo de tua caça

dure a tua raça, fera, eternamente

 

rola e delicia-te, fera, sente

gente parda, preta ou pálida

retalhada, é rubra inteiramente

 

caça, persegue, retalha, devora

 

sê por dentro e por fora, inteira, vermelho-gente 





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