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domingo, 2 de novembro de 2008

Urbanidade

Por Carlos Alberto Barros



Se a cidade eu escrevesse,

Desse jeito, não faria.

Mudaria suas vias,

Para a morte não achá-las.

Não mais sangue: vinho tinto

Nos seus cantos, suas valas.

Em suas praças, seus recintos,

Só o amor como interesse.


Se a cidade eu rabiscasse,

Muita coisa censurava:

Empregada feita escrava;

Mãe sem ter onde parir;

O menino andando roto;

Dia-a-dia sem porvir...

O acordar seria outro:

Sol sorrindo em cada face!


Se a cidade eu colorisse,

Transformava todo prédio.

E na casa entregue ao tédio,

Pintaria multicores.

Edifício arranha-céu,

De minhas mãos, teria flores,

Feito um grande carrossel,

Pr’a acolher as meninices.


Se a cidade, um dia, eu fosse,

Com seus bares, padarias,

Um desejo só teria:

De, com zelo, ser gerido.

E quem quer que nessa gana

Descrevesse o colorido,

Não deixasse a face urbana

Mascarar-me a alma doce.

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4 comentários:

Interessante!
Com esta temática, eu usaria, de preferência, o título Urbanismo.

Na verdade, este título é provisório, Joaquim.

Este é meu poema mais recente, que, de início, chamei de "Cidade". Fiz para um concurso literário de tema "O Cotidiano Urbano", mas acabei perdendo a data de inscrição.

Mudei o título a fim de, posteriormente, poder mandá-lo a outro concurso com o título anterior.

De qualquer maneira, gostei bastante de sua sugestão. Estou pensando seriamente em acatá-la.

que bonito, carl! amo sao paulo, e esta poesia soa muito bem pra quem gosta desta metropole maluca em que vivemos!

Pois é, Márcia, São Paulo é o que é... Mas também amo esta cidade! Obrigado pelo elogio!

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