“Sagueava” pelo Universo estrada
Arrastando comigo o lancinar
Da parte minha que faltava,
A buscar nas flores e nas melodias
O bálsamo à vida, o ópio à existência.
De uma brisa impacto, ao sabor dos meus tímpanos,
Se infiltra em mim a Música Monalisa de uma Ninfa Paisagem.
Ao querer do vento, vago a erigir altares à tão escultural voz.
Toco suas notas que nem Rodin poderia ter talhado.
Mas foge-me... Não! Afasta-se apenas...
Fujo-lhe por admiração. Nego-lhe meus sentidos
Por cuidá-los imerecidos de tão “ambroesia” contemplação.
Aqui estou, sitiado por sereias a lançarem-me em cantos,
Sugando à fonte da vida, suas moradas,
Aos pélagos profundos, à morte em seus líquidos.
Enlaço-me ao busto da mais bela (penso ser a Ninfa)
E sua cauda índia leva-nos a uma verdade: um Oceano em copo d’água...
Separamo-nos.
A Música chama-me cada vez mais viva.
Resvalo-me dela, reverente. Parece-me que eu é que
Chamo-me a ela, somente. Então me atrevo:
Minha romaria lhe seguirá a onisciência de sua divindade,
A felicidade em seu rosto e o prazer de seu corpo...
Penso ter Neruda desembarcado em minha alma,... não!
Foste unicamente Tu, querida, razão que faz um Vate fecundar metáforas!
sábado, 25 de outubro de 2008
Ninfa
por Denis
1 comentário
1 comentários:
Extremamente leve, mil imagens, um texto rico e inteligente.
Denis, vc foi surpreendente.Parabéns!!!!
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