Volmar Camargo Junior
Poetrix
Morto vivo
Ninguém vivo,
Morto, é ninguém.
Morto, vivo.
Reveillon
- Saúde e paz!
(...e que um raio te parta,
filho da puta!)
Fotografia
— Sai daí, pobrinho!
Está estragando
A paisagem da Serra.
Sacrifício
Os dentes brancos rasgam a pele branca.
Brota abundante o vermelho.
Primeiro do homem, depois do cachorro.
Poesia concreta
Junho
Estúpido tenho sido
Em tudo perdido
Estudo erudito
És tudo.
Antes
Na contramão.
Outrora infantes,
Ora entendem, ora não.
Grandes coisas feias
Miúdas e caras
Caras e bocas
Olho.
Olho
Todos sérios,
Calados, sisudos.
Adultos ministérios.
Professo o temporal
Protesto, é claro!
Preciso, claro,
Natural.
Porque
É mês de Junho,
E está ficando frio
E ainda não é inverno.
Por que é mês de Junho?
Por que é inverno?
Por que é frio?
Porque é.
Esquece.
Levanta daí,
Porque eu ainda
Tenho que arrumar tudo.
É São João!
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