Receba Samizdat em seu e-mail

Delivered by FeedBurner

domingo, 8 de junho de 2008

Laboratório Poético III

Volmar Camargo Junior




Poetrix



Morto vivo

Ninguém vivo,
Morto, é ninguém.
Morto, vivo.



Reveillon

- Saúde e paz!
(...e que um raio te parta,
filho da puta!)



Fotografia

— Sai daí, pobrinho!
Está estragando
A paisagem da Serra.



Sacrifício

Os dentes brancos rasgam a pele branca.
Brota abundante o vermelho.
Primeiro do homem, depois do cachorro.




Poesia concreta




Junho

Estúpido tenho sido
Em tudo perdido
Estudo erudito
És tudo.

Antes
Na contramão.
Outrora infantes,
Ora entendem, ora não.

Grandes coisas feias
Miúdas e caras
Caras e bocas
Olho.

Olho
Todos sérios,
Calados, sisudos.
Adultos ministérios.

Professo o temporal
Protesto, é claro!
Preciso, claro,
Natural.

Porque
É mês de Junho,
E está ficando frio
E ainda não é inverno.

Por que é mês de Junho?
Por que é inverno?
Por que é frio?
Porque é.

Esquece.
Levanta daí,
Porque eu ainda
Tenho que arrumar tudo.

É São João!

Share




0 comentários:

Postar um comentário