Texto por Denis da Cruz
As novas tecnologias permitem ao escritor um imenso horizonte de possibilidades.
Há pouco tempo, a única via para ser lido era ter um caderninho escrito à mão e emprestá-lo para amigos (os mais íntimos, claro). A grande maioria dos textos produzidos iam mesmo era para a gaveta.
Hoje, até esses escritores de gaveta podem, no mínimo, publicarem seus textos na internet. Aliás, esta é a grande aliada do escritor na autopublicação.
Sites, blogs, páginas de sítios especializados, revistas eletrônicas e, até mesmo, editoras por demanda com estanders virtuais.
Particularmente, me autopublico em alguns dos meios hoje disponíveis, tais como blog, site e revista eletrônica. Neste aspecto, posso afirmar categoricamente: vale à pena.
Para se ter “sucesso” com esses meios, aconselho duas coisas:
1) Divulgação – Não adianta o autor se autopublicar num site, ter um blog, e não espalhar aos quatro ventos que o tem. Parentes, amigos, contatos de msn, fóruns, orkut, etc, etc. Onde tiver oportunidade, diga: “acesse meu blog”. Se o autor é cara de pau o suficiente, mande um spam uma vez ou outra.
2) Conteúdo de interesse – Nem todo mundo vai querer ler aquele maravilhoso poema “o menino e a paçoquinha”. Coloque no sítio conteúdo não ficcional, daqueles que as pessoas pesquisam no google. Se possível, faça um blog ou site, parente só com conteúdo não ficcional, pois ele servirá de divulgação para os demais textos.
Outra possibilidade, são as editoras por demanda. Aqui se deve tomar muito cuidado para não cair nas mãos de gente que se aproveita da vontade do escritor em satisfazer o ego e ter um livro publicado. Existe muita pilantragem no meio, portanto, tenha cuidado com aqueles que prometem mundos e fundos e cobram um absurdo para produzir o livro.
Prefira, num primeiro momento, uma editora que dê possibilidade de optar por uma quantidade menor de tiragem e que tenha apenas um estander virtual (ou seja, o sonho de noite de autógrafo deverá ser adiado).
Em brevíssima síntese, algumas dessas editoras possibilitam uma tiragem de 20 livros, não fazem distribuição em livrarias e seu estoque é virtual (só imprimem um livro quando ele é adquirido no site). O livro estará apenas num site, para compra on line e a divulgação ficará por conta do autor.
Ainda existe a Lulu, onde o escritor cria uma conta e produz seu livro inteiramente grátis, disponibilizando-o para compra, via cartão de crédito internacional. Fizemos isto na Oficina de escritores que originou a Samizdat e o resultado foi surpreendente. A qualidade da impressão é muito boa, sendo que a dificuldade é achar compradores com cartão internacional.
Na Lulu, o autor cria todo o livro. Faz um passo a passo, definindo o formato do livro, carregando o miolo a partir de um documento do Word ou em pdf, fixando a capa (ou optando por cores disponíveis no site) e, finalmente, definindo qual será seu percentual de direitos autorais. Conforme os livros são vendidos e impressos, a empresa enviará seus respectivos direitos de autor, depositados diretamente em sua conta corrente.
Em conversa com Henry Bugalho, autor do livro “Nova York Para Mãos de Vaca”, e autopublicado na Lulu, ele disse: “Eu fiz todo o processo de diagramação e capa, e recebi auxílio de algumas pessoas para revisar o conteúdo. Só no primeiro mês, o guia "Nova York para Mãos-de-Vaca" vendeu mais de 100 exemplares, o que, na minha opinião, foi uma marca extraordinária, levando em consideração que não há distribuição em livrarias e que nem todo leitor confia em realizar compras pela internet através de cartão de crédito. Além disto, se pensarmos que as vendas são efetuadas em dólar e que a margem de lucro sou eu quem estipula, se o mesmo guia houvesse sido publicado no Brasil por uma editora comercial, eu teria de que vender 4 vezes mais guias para obter o mesmo lucro que estou obtendo. (…)a lulu.com ainda é a melhor alternativa, pois envia livros para mais de 60 países, atendendo também este leitor internacional do meu blog. Numa época globalizada, este tipo de serviço é uma mão na roda para o escritor.”
Vale anotar que já faz um considerável tempo que o Henry possui o Blog www.maosdevaca.com e os resultados de sua venda refletem os dois conselhos que dei: divulgação e assunto de interesse. Certamente, estas manobras servirão de trampolim para um eventual e futuro romance publicado, já que o autor registra de alguma forma seu nome, saindo da pecha de “escritor desconhecido”.
Isto tudo compensa? No geral, financeiramente e a curto prazo, não. O autor não vai ganhar um puto de verdade nesses meios, principalmente se não fizer um bom trabalho de divulgação.
A longo prazo, pode surtir resultado, pois, para um eventual contato com editor, o escritor terá algo concreto para apresentar: “meu blog tem muitos acessos.” “vendi vários livros em sistema de autopublicação”.
Outro retorno é a satisfação pessoal. Ter um site bem visitado ou ter um livro impresso em mãos, com seu título e nome na capa, é algo sem preço. Melhor ainda se tiver retorno financeiro disto, afinal, quem escreve quer ser lido e, se possível, ser reconhecido pelo que escreve.
No mais, boa sorte a todos, não vejo porque não arriscar.
Boa Sorte.
As novas tecnologias permitem ao escritor um imenso horizonte de possibilidades.
Há pouco tempo, a única via para ser lido era ter um caderninho escrito à mão e emprestá-lo para amigos (os mais íntimos, claro). A grande maioria dos textos produzidos iam mesmo era para a gaveta.
Hoje, até esses escritores de gaveta podem, no mínimo, publicarem seus textos na internet. Aliás, esta é a grande aliada do escritor na autopublicação.
Sites, blogs, páginas de sítios especializados, revistas eletrônicas e, até mesmo, editoras por demanda com estanders virtuais.
Particularmente, me autopublico em alguns dos meios hoje disponíveis, tais como blog, site e revista eletrônica. Neste aspecto, posso afirmar categoricamente: vale à pena.
Para se ter “sucesso” com esses meios, aconselho duas coisas:
1) Divulgação – Não adianta o autor se autopublicar num site, ter um blog, e não espalhar aos quatro ventos que o tem. Parentes, amigos, contatos de msn, fóruns, orkut, etc, etc. Onde tiver oportunidade, diga: “acesse meu blog”. Se o autor é cara de pau o suficiente, mande um spam uma vez ou outra.
2) Conteúdo de interesse – Nem todo mundo vai querer ler aquele maravilhoso poema “o menino e a paçoquinha”. Coloque no sítio conteúdo não ficcional, daqueles que as pessoas pesquisam no google. Se possível, faça um blog ou site, parente só com conteúdo não ficcional, pois ele servirá de divulgação para os demais textos.
Outra possibilidade, são as editoras por demanda. Aqui se deve tomar muito cuidado para não cair nas mãos de gente que se aproveita da vontade do escritor em satisfazer o ego e ter um livro publicado. Existe muita pilantragem no meio, portanto, tenha cuidado com aqueles que prometem mundos e fundos e cobram um absurdo para produzir o livro.
Prefira, num primeiro momento, uma editora que dê possibilidade de optar por uma quantidade menor de tiragem e que tenha apenas um estander virtual (ou seja, o sonho de noite de autógrafo deverá ser adiado).
Em brevíssima síntese, algumas dessas editoras possibilitam uma tiragem de 20 livros, não fazem distribuição em livrarias e seu estoque é virtual (só imprimem um livro quando ele é adquirido no site). O livro estará apenas num site, para compra on line e a divulgação ficará por conta do autor.
Ainda existe a Lulu, onde o escritor cria uma conta e produz seu livro inteiramente grátis, disponibilizando-o para compra, via cartão de crédito internacional. Fizemos isto na Oficina de escritores que originou a Samizdat e o resultado foi surpreendente. A qualidade da impressão é muito boa, sendo que a dificuldade é achar compradores com cartão internacional.
Na Lulu, o autor cria todo o livro. Faz um passo a passo, definindo o formato do livro, carregando o miolo a partir de um documento do Word ou em pdf, fixando a capa (ou optando por cores disponíveis no site) e, finalmente, definindo qual será seu percentual de direitos autorais. Conforme os livros são vendidos e impressos, a empresa enviará seus respectivos direitos de autor, depositados diretamente em sua conta corrente.
Em conversa com Henry Bugalho, autor do livro “Nova York Para Mãos de Vaca”, e autopublicado na Lulu, ele disse: “Eu fiz todo o processo de diagramação e capa, e recebi auxílio de algumas pessoas para revisar o conteúdo. Só no primeiro mês, o guia "Nova York para Mãos-de-Vaca" vendeu mais de 100 exemplares, o que, na minha opinião, foi uma marca extraordinária, levando em consideração que não há distribuição em livrarias e que nem todo leitor confia em realizar compras pela internet através de cartão de crédito. Além disto, se pensarmos que as vendas são efetuadas em dólar e que a margem de lucro sou eu quem estipula, se o mesmo guia houvesse sido publicado no Brasil por uma editora comercial, eu teria de que vender 4 vezes mais guias para obter o mesmo lucro que estou obtendo. (…)a lulu.com ainda é a melhor alternativa, pois envia livros para mais de 60 países, atendendo também este leitor internacional do meu blog. Numa época globalizada, este tipo de serviço é uma mão na roda para o escritor.”
Vale anotar que já faz um considerável tempo que o Henry possui o Blog www.maosdevaca.com e os resultados de sua venda refletem os dois conselhos que dei: divulgação e assunto de interesse. Certamente, estas manobras servirão de trampolim para um eventual e futuro romance publicado, já que o autor registra de alguma forma seu nome, saindo da pecha de “escritor desconhecido”.
Isto tudo compensa? No geral, financeiramente e a curto prazo, não. O autor não vai ganhar um puto de verdade nesses meios, principalmente se não fizer um bom trabalho de divulgação.
A longo prazo, pode surtir resultado, pois, para um eventual contato com editor, o escritor terá algo concreto para apresentar: “meu blog tem muitos acessos.” “vendi vários livros em sistema de autopublicação”.
Outro retorno é a satisfação pessoal. Ter um site bem visitado ou ter um livro impresso em mãos, com seu título e nome na capa, é algo sem preço. Melhor ainda se tiver retorno financeiro disto, afinal, quem escreve quer ser lido e, se possível, ser reconhecido pelo que escreve.
No mais, boa sorte a todos, não vejo porque não arriscar.
Boa Sorte.
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Inteiro teor da Conversa com Henry Bugalho, autor do Guia “Nova York para Mãos de Vaca”, à venda no link http://www.maosdevaca.com/2008/02/guia-nova-york-para-mos-de.html.
Publiquei o meu romance policial, "O Covil dos Inocentes", pela lulu.com, e vendi apenas dois exemplares. Eu já pressentia que algo semelhante pudesse ocorrer, por duas razões:
1 - o romance estava na íntegra para ser lido online;
2 - ficção não vende, muito menos de autor desconhecido.
Eu não tinha intenção de escrever um guia de viagem para Nova York. Comecei a escrever o blog sem pretensão, apenas com o ideal de compartilhar a experiência minha e da minha esposa por aqui, ou seja, era apenas mais um blog dentre os vários outros que eu escrevia. Mas, à medida em que ele começou a fazer sucesso, e os leitores começaram a divulgá-lo no boca-a-boca, passei a receber vários e-mails de leitores dando a sugestão de escrever um guia de viagem.
Fiz uma rápida pesquisa com tais leitores, questionando como eles gostariam que fosse o guia, se deveria manter a estrutura do blog ou se deveria se assemelhar mais a um guia tradicional e todos, sem exceção, me disseram que tinha que ser como o blog, pois este era o grande diferencial.
Inicialmente, ficamos na dúvida se deveríamos tentar a publicação por uma editora comercial ou sob demanda. Entramos em contato com algumas editoras e recebemos um parecer favorável, pelo menos indicando interesse, da Panda Books, que já publica guias de viagens com abordagens alternativas.
Quando recebemos o contato para fazer a entrevista para a Globo Internacional, decidimos acelerar o processo de publicação do guia, mas sob demanda, pois assim poderíamos aproveitar o aumento de tráfego no blog para vendermos mais. Eu fiz todo o processo de diagramação e capa, e recebi auxílio de algumas pessoas para revisar o conteúdo.
Só no primeiro mês, o guia "Nova York para Mãos-de-Vaca" vendeu mais de 100 exemplares, o que, na minha opinião (baseada na experiência prévia com o romance) foi uma marca extraordinária, levando em consideração que não há distribuição em livrarias e que nem todo leitor confia em realizar compras pela internet através de cartão de crédito. Além disto, se pensarmos que as vendas são efetuadas em dólar e que a margem de lucro sou eu quem estipula, se o mesmo guia houvesse sido publicado no Brasil por uma editora comercial, eu teria de que vender 4 vezes mais guias para obter o mesmo lucro que estou obtendo.
Portanto, até o momento, a opção por uma editora sob demanda me parece ter sido acertada. Às vezes, refletimos se uma publicação tradicional não daria mais visibilidade à obra, porém, como temos muito leitores falantes de português que não residem no Brasil, a lulu.com ainda é a melhor alternativa, pois envia livros para mais de 60 países, atendendo também este leitor internacional do meu blog. Numa época globalizada, este tipo de serviço é uma mão na roda para o escritor.
Links de Referência: Lulu - www.lulu.com
Publiquei o meu romance policial, "O Covil dos Inocentes", pela lulu.com, e vendi apenas dois exemplares. Eu já pressentia que algo semelhante pudesse ocorrer, por duas razões:
1 - o romance estava na íntegra para ser lido online;
2 - ficção não vende, muito menos de autor desconhecido.
Eu não tinha intenção de escrever um guia de viagem para Nova York. Comecei a escrever o blog sem pretensão, apenas com o ideal de compartilhar a experiência minha e da minha esposa por aqui, ou seja, era apenas mais um blog dentre os vários outros que eu escrevia. Mas, à medida em que ele começou a fazer sucesso, e os leitores começaram a divulgá-lo no boca-a-boca, passei a receber vários e-mails de leitores dando a sugestão de escrever um guia de viagem.
Fiz uma rápida pesquisa com tais leitores, questionando como eles gostariam que fosse o guia, se deveria manter a estrutura do blog ou se deveria se assemelhar mais a um guia tradicional e todos, sem exceção, me disseram que tinha que ser como o blog, pois este era o grande diferencial.
Inicialmente, ficamos na dúvida se deveríamos tentar a publicação por uma editora comercial ou sob demanda. Entramos em contato com algumas editoras e recebemos um parecer favorável, pelo menos indicando interesse, da Panda Books, que já publica guias de viagens com abordagens alternativas.
Quando recebemos o contato para fazer a entrevista para a Globo Internacional, decidimos acelerar o processo de publicação do guia, mas sob demanda, pois assim poderíamos aproveitar o aumento de tráfego no blog para vendermos mais. Eu fiz todo o processo de diagramação e capa, e recebi auxílio de algumas pessoas para revisar o conteúdo.
Só no primeiro mês, o guia "Nova York para Mãos-de-Vaca" vendeu mais de 100 exemplares, o que, na minha opinião (baseada na experiência prévia com o romance) foi uma marca extraordinária, levando em consideração que não há distribuição em livrarias e que nem todo leitor confia em realizar compras pela internet através de cartão de crédito. Além disto, se pensarmos que as vendas são efetuadas em dólar e que a margem de lucro sou eu quem estipula, se o mesmo guia houvesse sido publicado no Brasil por uma editora comercial, eu teria de que vender 4 vezes mais guias para obter o mesmo lucro que estou obtendo.
Portanto, até o momento, a opção por uma editora sob demanda me parece ter sido acertada. Às vezes, refletimos se uma publicação tradicional não daria mais visibilidade à obra, porém, como temos muito leitores falantes de português que não residem no Brasil, a lulu.com ainda é a melhor alternativa, pois envia livros para mais de 60 países, atendendo também este leitor internacional do meu blog. Numa época globalizada, este tipo de serviço é uma mão na roda para o escritor.
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