A ilha
com seu silêncio
me
comunica a morte
dos
seres espectrais
que
nela vivem ou já viveram.
A ilha
cercada por mangues
é um
poço de lama e óleo.
Os
pescadores da ilha
me
comunicam o fim
dos
pescadores da ilha.
Os
pescadores da ilha
me
apresentam a pesca de um dia,
nada.
A ilha
com sua morte
me
comunica o silêncio
dos
seres superiores
que a
mataram e matam.
A ilha
abandonada pelos banhistas
é um
deserto de espuma e água.
Os
frequentadores da ilha
me
comunicam o desastre
das
praias da ilha.
Os
frequentadores da ilha
me
apresentam o bronzeado de um dia,
petróleo.
A ilha
com sua sorte
me
comunica o crime
dos
seres continentais
que
seguem impunes.
Os
pescadores da ilha
me
comunicam o fim dos peixes
e
voltam tarde para casa.
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