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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Morte líquida

Imagino o frio do mar
que vê o urso morrer
aos poucos
e espera
feito louco
que sua carcaça afunde
             rápido demais
             pela leveza do ser
pra dar de comer a outros
tão mortos de fome quanto
as crianças
que fogem de barco
de medo
da guerra
e se perdem
por outros mares
menos gélidos
           talvez
mais revoltos

Deixam à beira da praia seus mortos
Deixam intactos os pequenos corpos

Nenhum peixe quis comer a criancinha.
A crueldade do mundo há de ter limites.




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Ju Blasina




todo dia 07