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terça-feira, 25 de março de 2014

Uma noiva para o João do Campo


Joaquim Bispo



Era uma vez um rapaz que vivia sozinho no campo e raras vezes ia à cidade. Falava apenas com as cabras, os pássaros e as árvores, a não ser na festa dos rebanhos. Chegado à idade de casar, não conhecia ninguém que quisesse viver com ele, e pensava que todas as raparigas preferiam ficar na cidade, em vez de ir viver para o campo, onde, às vezes, faz muito calor e muito frio, e não há luz à noite. Então o João – assim se chamava o rapaz – foi falar com o rei, dizendo:
– Meu rei, já tenho vinte anos e ainda sou solteiro. Não sei de ninguém que queira casar comigo. Peço-te que me arranjes uma noiva para viver, dia e noite, lá no campo onde moro.
O rei ficou muito admirado por alguém do seu reino não ter com quem casar e disse:
– Daqui a três dias, volta aqui, mas traze a coisa mais bonita que o campo tem, como prenda para a tua noiva.
João assim fez. Daí a três dias, voltou ao palácio com um braçado de malmequeres. Ao lado do rei estavam três pretendentes, que ele tinha arranjado, entre as solteiras da cidade. Uma disse:
– Não gosto de malmequeres, que me fazem espirrar!
A segunda disse:
– Tenho muitos, lá em casa, mais bonitos que esses!
A terceira disse:
– Os malmequeres são as minhas flores preferidas. Caso contigo.
No dia seguinte, fez-se uma grande festa e casaram-se os noivos que, por fim, partiram para o campo. Durante uma semana, viveram os dois muito alegres. Corriam, rebolavam nos prados, jogavam às escondidas e riam-se a valer. Depois, o casal começou a ficar triste, porque esperava que o casamento fosse diferente. A rapariga dizia que o João não gostava dela, o que era um pouco verdade. Achava-a muito delicada, muito “menina da cidade”. Começou a desejar que a sua noiva fosse mais robusta e gostasse de jogar à bilharda, à pedrada, e a outros jogos de rapazes do campo. Resolveram pedir ao rei que os descasasse e lhes arranjasse outros noivos. Assim fizeram. Contaram ao rei o que tinha acontecido e ele ficou muito pensativo. Disse ao João:
 – Volta daqui a três dias, mas traze a coisa mais saborosa que o campo tem, como presente para a tua noiva.
João assim fez. Daí a três dias voltou com uma saca de peras, muito cheirosas e suculentas. Ao pé do rei, estavam três pretendentes. A primeira disse:
– As frutas doces fazem-me engordar.
A segunda disse:
– Para comer peras, fico em minha casa!
A terceira disse:
– As peras são a minha fruta preferida. Caso contigo.
Assim se fez e, depois da festa, os noivos partiram para o campo. Durante uma semana correram, saltaram, riram e brincaram muito. Depois começaram a ficar tristes. A rapariga dizia que o João já não gostava dela, e era verdade. Achava-a demasiado suave e frágil. Parecia-lhe que havia de preferir uma que fosse mais vigorosa e gostasse de jogar às quedas e ao jogo do pau. Contaram tudo ao rei, que os descasou e que, depois de pensar um bocado, disse ao João:
– Volta cá daqui a três dias, mas traze a coisa mais divertida que há no campo, como lembrança para a tua noiva.
João voltou no dia combinado, com um par de cajados. A primeira das novas pretendentes disse:
– Que jogo tão rústico! Eu só gosto de jogos de tabuleiro.
A segunda disse:
– Que bruto; ainda alguém se magoa!
A terceira disse:
– O jogo do pau é o meu favorito. Caso contigo.
O rei, então, disse:
– Ide para o campo e voltai só daqui a um mês. Se então me disserdes que continuais a querer casar-vos, assim farei, mas só se gostardes de viver um com o outro.
Os noivos assim fizeram. Durante a primeira semana, não fizeram outra coisa senão jogar ao jogo do pau. Depois jogaram à pedrada, ao braço-de-ferro e ao salto a pés juntos, zonzos de alegria. João estava feliz. Finalmente encontrara alguém com os mesmos gostos. E também gostava do seu corpo, que era musculado e rijo, à maneira do campo. Passaram a dar muitos beijinhos e decidiram dizer ao rei que, agora sim, estavam bem um para o outro e queriam casar. Mas, antes, a noiva confessou:
– João, eu, na verdade, não sou uma rapariga; sou o filho do rei. O meu pai, avisado por um mágico, fez que eu sempre me tenha vestido de princesa e ninguém no reino sabe que eu sou, na verdade, um príncipe. Quando te vi, gostei do teu ar campestre, e quando soube das tuas dificuldades com as outras raparigas, percebi que talvez fosse eu a pessoa que te pudesse contentar. E realizar-me contigo. Eu próprio, também me queria casar. Então, pedi ao meu pai para me deixar vir para o campo contigo.
João, apesar de surpreendido, aceitou e beijou apaixonadamente o amor da sua vida. Estavam ambos felizes e isso era o que na verdade interessava.
Quando se completou um mês, voltaram ao palácio e contaram ao rei que estavam decididos a casar. Houve uma grande festa e o rei, em pessoa, casou a princesa com o João, perante todo o povo. Todos se divertiram e um dos mais animados era o rei, que, finalmente, via o seu filho feliz.



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A perceção tradicional sobre a homossexualidade considerava que esta orientação se devia a erros de educação e outras influências do meio e que, portanto, evitando esses erros e essas influências se obtinham indivíduos heterossexuais, ou que, reeducando os já afetados, seria possível a “cura”. A reflexão sobre esta problemática, no entanto, tem vindo, aos poucos, a considerar que a tendência para se ter atração sexual por pessoas do mesmo sexo tem origem genética, sobretudo. Estudos neste sentido vão sendo divulgados e o crescimento desta conceção na mentalidade geral da sociedade vai fazendo compreender o sofrimento de quem nasce homossexual e se vê discriminado em muitos dos direitos de cidadão comum. Algumas sociedades levam a tentativa de melhorar este estado de coisas às leis.
Há quatro anos, o parlamento português instituiu o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. A lei foi aprovada na especialidade no dia 11 de fevereiro de 2010 e entrou em vigor a 5 de Junho. Deste modo, Portugal passou a ser o oitavo país do mundo a realizar, em todo o território nacional, casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, juntando-se aos Países Baixos (2001), Bélgica (2003), Espanha (2005), Canadá (2005), África do Sul (2006), Noruega (2009) e Suécia (2009). Posteriormente também Islândia (2010), Argentina (2010), Uruguai (2013), França (2013), Nova Zelândia (2013) e Brasil (2013) optaram por semelhante consagração legislativa.

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19 comentários:

Gostei muito da parábola. E torço para que muitos países mais evoluam no sentido de respeitar e adotar leis que reconheçam aos homossexuais o direito de inserção nas rotinas e práticas cotidianas. Vivre et laissez vivre.

Em Portugal, a luta mais recente é sobre a coadoção. Há poucas semanas voltou a ser rejeitada a possibilidade de casais homossexuais adotarem crianças, ainda que sejam filhas de um dos cônjuges.

Obrigado amigos e amigas por defenderem com voz ativa os direitos plenos deste grupo de pessoas lindas que é já tão grande e que esperemos torna-se ainda e cada vez maior. Grupo que pela sua livre, espontânea e responsável opção são os amantes, amantes plenos e sem reservas, do mesmo sexo.
O conto é lindo como lindo será o principezinho varão que segue pelo bom caminho, aquele em que acredita segundo o que a sua natureza lhe dita.
Fiquei profundamente emocionado ao ir interiorizando linha após linha o hiato mestre do conto maravilhoso em sua tão sugestiva quão profunda parábola, enriquecedora à compreensão dos novos conceitos e contribuindo assim a uma postura mental mais aberta e recetiva, enfim, a uma Sociedade Global que se quer realmente evoluída em que a diferença complementa a sua unidade essencial.
É verdade que os países, se quiserem tornar-se verdadeiramente evoluídos deverão então respeitar e fazer adotar leis que reconheçam aos amantes do mesmo sexo os direitos plenos e sem restrições de qualquer outro cidadão normal.
E finalmente faço coro à voz do grande amigo Joaquim no que se refere à coadoção. É este um problema com o qual nos temos vindo a debater junto das autoridades desde há muito e que ainda resistem em nos reconhecer os direitos legais e legítimos da coadoção. Eu e meu esposo sempre sonhámos em adotar um lindo rapazinho para um maior incremente de nossa felicidade conjugal e continuamos, lamentavelmente mas com profunda amargura em nossos corações, em vermos adiado o fruto pelo que tão ansiosamente nos debatemos. Mas lá chegaremos, se Deus Nosso Senhor quiser, depositamos nisso muita fé.
Um grande beijo do coração a todos vós deste blog, para Cinthia Kriemler (é lindo seu nome) e com especial ênfase ao querido Joaquim que muito adoraria vir a conhecer em breve. Sois Lindos…
João Bexiga e Amílcar Vara
(casados, faz três anos e dois meses em estado de felicidade conjugal)

perdoa que não tenha lido antes
perdoa que tenha sido injusta ao fazê-lo e de penitência já tenho ter perdido um suculento naco de literatura e humanidade
obrigada, meu estimado Joaquim

Lindos são vocês. Que logo vocês possam ter o filho tão esperado! Nunca desanimem ou desistam!

Obrigada Cinthia Kriemler (invejo mesmo seu nome), sim, somos lindos todos nós, os que defendemos esta causa maravilhosa, uma causa pela que se debate a ala esquerda intelectual, e quando logo nos identificamos com ela, felizmente coadjuvados pelo querido e genial Joaquim em sua mais recente criação, "suculento naco de literatura e humanidade", segundo o oportuno testemunho de Maria de Fátima. Está com certeza perdoada pelo nosso Joaquim, querida.
O termo “filho” será no atual contexto talvez um pouco forçado pois nem meu esposo nem eu, amantes do mesmo sexo, poderemos conceber, nem parir, enfim, são as injustiças da Madre Natura em suas eloquentes partidas com o Amor… Mas é claro, sim, que trataríamos o lindo rapazinho varão como se tal fosse, desde afetos a carícias de nada lhe faltaria. Nunca iremos desistir sim, é garantido.
Obrigado uma vez mais, Sois Lindos!
João Bexiga e Amílcar Vara

Obrigado, Fátima!

Obrigado, João e Amílcar! Muito evoluiu a sociedade, mas muito precisa ainda evoluir, para que todos os cidadãos se sintam reconhecidos e nela integrados. Infelizmente, a evolução de mentalidades é um tempo longo. E feita de avanços e recuos. Há que lutar, manter a pressão, mas há que manter também uma atitude serena, se não de paciência, pelo menos de compreensão desse longo caminho.

Abraços!

Nas questões da homossexualidade já evoluí até à aceitação da sua vivência normal, embora ainda tenha dificuldade em aceitar aqueles que, talvez por orgulho ou outro qualquer outro motivo, a vivem com excessos exibicionistas.
No caso da adoção de crianças, ainda me debato se é melhor para a criança estar numa instituição especializada ou numa família homossexual. Espero que consiga rapidamente ultrapassar este, admito-o, preconceito mas anos e anos de formatação social orientada, ainda me levam a ser reticente.
De qualquer modo, acredito que muitos casais homossexuais vivem em estabilidade muito mais consistente que muitos outros heterossexuais que tendo filhos não lhes proporcionam condições saudáveis de desenvolvimento físico ou psicológico.

Muito honesto e corajoso o teu comentário, Rebelo. O tema não é de fácil tomada de posição e expor-se com humildade nas dúvidas e reticências próprias merece um enorme respeito. Abraço!

Penso que as crianças deverão sempre permanecer protegidas de um qualquer ambiente familiar baseado numa relação “contra-natura”. Este deverá constituir um problema com respeito à intimidade de cada qual e nessa intimidade permanecer, que deverá ser naturalmente tolerada com a condição de que não invada também ela a opção comum subjacente à Ética da Sociedade, ou seja, deverá aquela opção homossexual respeitar o delimite de seu próprio espaço, de sua intimidade, porque ninguém deverá ver-se obrigado a assistir em espaços públicos a uma qualquer situação caricata de, por exemplo, dois homens de mão dada afagarem-se em carícias e beijos apaixonados. Mas é esta a realidade à que assistirá no seu dia-a-dia uma criança que nesse ambiente seja inserida por adopção à qual ela mesma não solicitou.
Queiramos ou não aceitar, verifica-se de forma generalizada em esses “ambientes” uma tendência comum à promiscuidade, mais ou menos acentuada, à qual a criança acabará sempre e invariavelmente por banalizar o que contradirá logo à partida o ambiente educacional sadio, ou pelo menos isento, de quaisquer condicionalismos, e ao que tomará como modelo em sua vida de adulto mas principalmente em sua etapa de crescimento e formação ético/psicológica e cultural.
Institucionalizar a homossexualidade é garantir a degradação ética, moral e cultural dessa mesma sociedade ou de todos aqueles que a integram o que dá no mesmo.
Se este é um objectivo oficial da esquerda política, bem se vê qual a finalidade pelo que o faz. Perverter ética e culturalmente a uma sociedade constituirá um requisito para melhor a manipular.
Helder de Sousa
Psicólogo

As teorias da degenerescência estiveram na moda (intelectual) em meados do século XIX (Morel, …). Entretanto passou mais de um século que ficou marcado pelos horrores da segunda guerra mundial, entre os quais a limpeza social, alimentada precisamente pela evolução das teorias da degenerescência (Ernst Rüdin, ...), que auspiciava à eliminação de graves atentados à pureza constitucional, ética e psicológica da cultura e da raça que constituía a sociedade: homossexuais, ciganos, judeus, doentes mentais, enfim, doentes em geral (a higienização e o pavor da doença eram também temas em voga ainda nessa época). Ora eu, por ter consciência de que não sou um ser perfeito, prefiro, por interesse próprio, claro está, fomentar uma sociedade não só tolerante aos desvios, como também capaz de se interessar e acolher a diferença, as falhas, e qualquer espécie de imperfeição, até que chegue ao ponto de pôr em causa a imagem da perfeição. Talvez o senhor Sousa esteja mais perto da santidade e consiga providenciar um ambiente feito à imagem de Deus (seja o religioso, seja o científico) às suas crianças, apenas conspurcado pela invasão doentia de carícias e beijos apaixonados. No meu caso, como ser imperfeito que sou, ainda não consegui, no meu já considerável tempo de vida, encontrar um modelo ético, moral e cultural para a minha vida, quanto mais para a minha sociedade. Simplesmente procuro, no dia-a-dia, adaptar-me às falhas, às diferenças e aos diversos modos de vida que, por acaso (ou por acção divina, ou pela evolução darwineana ou gouldeana), habitam no planeta. E felizmente a sociedade em que vivo tem-se mostrado tolerante q.b. para albergar alguns desses diversos modos. No que estiver ao meu alcance, pretendo levar mais longe esse tipo de sociedade (sem fazer disso um ideal, muito menos política) porque acredito que é uma sociedade mais saudável para todos (as crianças que de mim nasceram e as dos outros que criam e educam crianças). Entretanto sou obrigada (manipulada não digo, porque me é permitido o espírito crítico) a conviver, e a adaptar-me, com uma situação caricata e absolutamente contra-natura que é a dos animais domésticos! Onde é que já se viu duas espécies tão diferentes como a dos humanos e a dos gatos ou dos cães, ou dos periquitos, partilharem a casa, afecto e até carícias?!? Mas pronto, parece que é normal e vivo bem com isso...
Lia

Obrigado, Lia, pelo seu comentário. Notei uma fina ironia e alguma impaciência. Compreendo-a; realmente, o 25 de abril, suposto libertador de mentalidades, já foi há 40 anos…

Obrigado, também, Helder Sousa; sem comentários como o seu corríamos o risco de acreditar que a recusa de aceitar a coadoção em Portugal era embirração de apenas uns quantos deputados.
No entanto, o seu comentário suscitou-me algumas desconfianças. Esperava que um suposto profissional de saúde mental tivesse um discurso apoiado em estudos académicos, mas não; debitou uma longa lista de “achismos” e de ideias feitas, como contranatura, tendência promíscua num casal homossexual, ambiente isento e sadio num casal heterossexual, legalização do casamento homossexual degrada a sociedade, ética, moral e culturalmente. Por fim, uma teoria da conspiração sobre a estratégia da esquerda política para tomar o poder. Deve ser, deve…
Por tudo isto, valorizei muito pouco o que disse, desculpe. Tente outra vez, mas com um esforço de honestidade intelectual.

1ª parte de 2
Julgo que por outro lado a todos nós, sem excepções, ainda nos seja garantido o livre direito a perscrutar e analisar, para assim concluir segundo os nossos próprios critérios, aqueles que acreditamos que são os que ainda se fazem credíveis por si próprios pelo menos segundo os nossos próprios juízos, aqueles que se harmonizam com as leis naturais da vida, que não atentam ao decoro, à decência e ao mais elementar bom gosto, a um princípio estético inerente e intrínseco a todo o ser humano que apesar da contra-corrente ainda se consiga ir mantendo em equilíbrio, conformando-se assim o que se designa por sensatez ou bom senso, e não tanto, dizia, pela influência de certos conceitos modernos, porque recentes, conceitos que nos têm vindo a ser lançados desde à algum tempo ao modo de argumentos e em nome de uma suposta e abençoada “evolução” a qual promete a seu tempo a solução para todos os problemas dos que a mesma Sociedade tem vindo a padecer de forma cada vez mais acentuada. Infelizmente esse tempo futuro tarda a chegar e pelo que parece tardará sempre já que mais parece estar-se afastando em galopada.
A mais elementar ideia do princípio do decoro e da sensatez humanas serão sempre as premissas fundamentais pelas que, acredito eu também, deveríamos pautar todas as nossas decisões, principalmente quando se tratam dos possíveis e eventuais ambientes familiares adoptivos aos que se exigem adequados e aptos a uma favorável integração, psicológica, ética e cultural, tal como referido acima, de crianças naturalmente em condições de completa dependência e que necessitam de todo o nosso apoio, um apoio que se quer e exige absolutamente isento.
Corroboro a opinião de Helder de Sousa de que os ambientes familiares de parelhas homossexuais não reúnem, de uma maneira geral, as condições ideais, a nível psicológico, ético e cultural, já que estes três factores são absolutamente interdependentes reflectindo-se entre si, não sendo de todo as mais adequadas nem constituírem as condições mais favoráveis ao crescimento de uma criança para que possam merecer o aval e a confiança requerida pela parte da Instituição Estatal responsável pelo processo da adopção de menores.
Como todos deverão compreender, mais do que baseada em quaisquer estudos académicos, os que aliás como é sabido se prestam muito facilmente à confirmação dos resultados procurados quaisquer que sejam estes quando para tal orientados, a institucionalização do casamento entre parelhas de homossexuais foi mais o resultado de uma vontade política do que por qualquer outra razão e muito menos por razões baseadas em estudos científicos rigorosos ou se preferir, académicos. Foi uma medida tomada algures e logo, claro está, adoptada em Portugal. Deveria ter havido sufrágio, mas não houve, pelo menos que eu saiba pelo que apresentaria as minhas desculpas pela falta de informação; não iria faltar com certeza.
(continua na 2ª parte)
Eugénio Teles

2ª parte de 2
O casamento é um convénio e constitui um vínculo legal entre dois cônjuges e a esses dois cônjuges nos referimos de um casal. A união de um casal, pelo casamento ou sem ele, conduz à constituição da família, célula nuclear de qualquer sociedade, mas para que se defina com propriedade o conceito de família, será imprescindível atribuir-lhe a capacidade de gerar prole, descendência, progênie, capacidade esta que, por mais que se apurem os parodiantes auto-proclamados casais cônjuges do mesmo sexo, não conseguirão nunca, pelo menos sem o tão esperado milagre da natureza que, receio eu, não intervirá nunca. E nessa paródia vêm colaborando autoridades políticas em alguns países. É que os homossexuais para viverem a intimidade que bem entendam não necessitam eles nem os outros, para nada, de tornar isso legal nem público na Sociedade onde se inserem, nem a Sociedade tem de os aceitar nem rejeitar; trata-se em um princípio, a meu ver, de uma falsa questão.
Não confundamos ainda nunca os fundamentos científicos quando autênticos e genuínos, isentos, com pura especulação e mera propaganda.
É esta uma posição que assumo também eu individualmente, não representando directa ou indirectamente nenhuma linha ideológica política, mas apenas porque acredito e afirmo da importância que as crianças em situação de adopção merecem ser sempre protegidas por parte da Entidade ou Instituição do Estado que venha a assumir tal responsabilidade.
E porque reconheço o pleno direito de pensar por mim mesmo e com plena liberdade, independentemente da influência do que se convencionou chamar de “politicamente correcto” que pelos vistos vem tendendo cada vez mais a ditar as medidas que se querem fazer implementar e para mais fora do cumprimento do princípio democrático mais elementar que é aquele que justamente a fundamenta, como já referido e a saber, o princípio do Sufrágio Universal.
Eugénio Teles

Olá, Eugénio.

É um pouco contraditório você afirmar que "reconheço o pleno direito de pensar por mim mesmo e com plena liberdade" e, ao mesmo tempo, repetir uma definição como "O casamento é um convénio e constitui um vínculo legal entre dois cônjuges e a esses dois cônjuges nos referimos de um casal. A união de um casal, pelo casamento ou sem ele, conduz à constituição da família" sem questionar a validade histórica desta instituição. Segunda sua lógica, sempre foi assim, então deveria ser sempre assim.
As mulheres deveriam casar virgem para garantir a pureza e que o pai do bebê é realmente do marido legítimo?
Ou deveria ficar dentro de casa, fazendo serviços domésticos, enquanto o marido é o provedor do lar, como se consolidou historicamente?
Os negros deveriam continuar sendo escravos, posto que esta foi a realidade que eles viveram durante mais de 4 séculos?

As instituições se renovam e se tornam obsoletas. Não dá para usar um argumento ultrapassado para tentar explicar as transformações atuais.
Na Grécia antiga, a educação era realizada por homens mais velhos, que inclusive iniciavam os jovens em jogos sexuais. Era a noção de paideia grega, que, de certo modo, prevaleceu em parte durante o Império Romana. A nossa noção de moralidade (e também muitas das nossas instituições) são consequências diretas da moral cristã. Que um estado laico se paute por noções fundadas em religião, isto sim é que não faz sentido.

Li alguns comentários de vários dos seus trabalhos e chamou-me a atenção particularmente num deles, “A estátua sem rosto” se não estou enganado, em que um certo anónimo refere em aras de ficção a existência dum presumível “MIRC” que segundo o texto significa o “Mayor Inimigo da Revolução das Consciências”, o que me fez pensar posteriormente numa evidente estratégia segundo a qual faz toda a lógica interpretar os seguintes passos que os aludidos têm vindo realizar em etapas faseadas e sucessivas e as quais se passam a enumerar: 1ª Imigração massiva; 2ª Integração racial; 3ª Parelha multirracial; 4ª Direitos dos gays; 5ª “Matrimónio” gay; 6ª Direito legal à adoção pela parte dos gays.
Há indicações algures de que os passos que se seguirão na “engenharia social” aplicada e aqui divulgada serão:
7ª A pedofilia; 8ª O animalismo, 9ª O canibalismo; 10ª A necrofilia.
Provavelmente faltarão duas já que o número 12 exerce uma simbologia tradicional particular muito especial por parte dos típicos autores estrategas de tais perversões à Ética (Princípios) e aos Costumes (Moral) das Sociedades, engenharia social particularmente injetada às Sociedades Europeias em particular e Ocidental em Geral.
http://www.alertadigital.com/2014/10/23/como-legalizar-cualquier-fenomeno-desde-la-eutanasia-hasta-el-canibalismo-2/
http://www.alertadigital.com/2014/02/13/la-cloaca-catalana-se-supera-a-si-misma-aparece-un-anuncio-pedofilo-en-una-marquesina-junto-a-la-sagrada-familia-de-barcelona/
A ferramenta de manipulação chamada a “Janela de Overton”, denominação que vem do seu autor Joseph P. Overton, quem trabalhou para o “Mackinac Center of Public Policies”, chegando a ser o seu vicepresidente.
Para resumir o método da “Janela de Overton” segue os seguintes passos:
1) Do impensável ao radical
2) Do radical ao aceitável
3) Do aceitável ao sensato
4) Do sensato ao popular
5) Do popular ao político

É bom que se leia alguma investigação séria:
http://www.alertadigital.com/2017/06/17/el-lobby-lgtbi-persigue-a-uno-de-los-psiquiatras-mas-importantes-de-la-historia-por-rebatir-sus-teorias/

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