Receba Samizdat em seu e-mail

Delivered by FeedBurner

quarta-feira, 17 de abril de 2013









 …e no momento em que chegamos em sua casa, uma casa que eu já havia conhecido, lembrei de tudo o que eu havia visto ali. Os quadros de sua família, os rostos de antigamente, os móveis, os quartos, a cama que já havíamos partilhado. Eu estava feliz de estar ali novamente. Andei pela casa toda, revendo tudo o que estava em minha memória. Ela nada disse nem foi comigo. Ao voltar, vi que ela era familiar, seus modos, seu jeito de falar, andar, pegar na minha mão e beijar, não só a sua casa nem os quadros de sua família, os rostos de antigamente, os móveis, os quartos, a cama que já havíamos partilhado. Levei as mãos para o seu rosto e comecei a acariciá-lo, sorrindo por ter novamente familiaridade. Por aqueles segundos, eu senti que fazia parte de sua vida, como os quadros, as pessoas de antes, os móveis, os quartos, a cama. Todas essas coisas disseram-me que faziam parte dela e que estavam felizes por eu tê-las reconhecido. Agradeço por saber que o amor traz consigo tantos detalhes que animam um sentimento, e não lamento se ele acabou ou não...




Share


Rafael F. Carvalho
Autor do livro A Estante Deslocada, é paulistano, nascido em 27 de Fevereiro de 1978. Foi publicado em antologias de novos escritores e em jornais universitários, e é formado em Letras pela Universidade de São Paulo.


todo dia 17


1 comentários:

Que texto bonito, Rafael. Cheio de um sentimento suave de saudade. De uma volta a si mesmo, mesmo que por pouco tempo.

Postar um comentário