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sábado, 23 de março de 2013

Teus profundos olhos negros


Teus profundos olhos negros
escondem o tempo,
escondem segredos.

Teus profundos olhos negros
que tanto apreciaram o mundo,
hoje enxergam cada um a sua maneira:
um enxerga a própria escuridão que o compõem,
o outro, em meio a tons de cinza,
busca as cores de um mundo que já se foi.

Esses teus profundos olhos negros,
que escondem o meu passado,
escondem segredos,
mas revelam uma vida,
revelam dor,
revelam o cansaço de uma vida.

Ai esses teus profundo olhos negros,
de tão negro são brilhantes.
Um brilho de uma vida que se foi,
de um tempo que não volta,
daquela nostalgia da infância.

Perco-me nesse negro brilhante.
Tento em vão compreende-los,
talvez para compreender-te.

Não, não quero compreender-te,
quero apenas abraçar esses teus
olhos profundos, construídos com longos anos,
com os meus próprios olhos negros,
simples como o de uma criança.


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