Quinze lances de uma paixão


Tudo se modificou após a arrebatadora chegada daquela forasteira. Sua Majestade, o Rei, não dava a mínima atenção para a Rainha. Esta, magoada, deixou de protegê-lo, aventurando-se por locais desconhecidos. Ela, a Rainha, tinha consciência de sua força. Sabia defender-se como ninguém. Os bispos confabulavam entre si, assustados com tamanho descaramento de Sua Alteza. Do alto das duas torres, observa-se o descalabro. A cavalaria, pasmem, revoltou-se e buscou refúgio no reino situado logo à frente. Sentiram-se estranhos, dada a lógica diferença. Somente a criadagem, o lado mais fraco deste episódio, manteve-se fiel. Como insignificantes servos, davam a vida pelo seu Soberano, não hesitando sacrificar-se na linha de frente de qualquer combate. Mesmo assim, não compreendiam o porquê da paixão fulminante do Rei por aquela peça de jogo de damas, que acidentalmente caíra no tabuleiro de xadrez.

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