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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O que servir no Natal?

por Ju Blasina

Ah, o Natal! Época de paz, amor, união... E lista de presentes, amigo-secreto do filho, do marido, da filha adolescente na escola, na aula de inglês, na academia... Minha nossa, tem amigo secreto até no orkut! Surge amigo que não acaba mais!

E o que comprar para quem mal se conhece se já é difícil acertar na mosca com aqueles que se conhece bem? Sempre tem aquela pessoa que abre o seu presente — aquele que você levou horas procurando, precisou enfrentar a última semana de corre-corre nas lojas e teve que pagar o-que-foi-preciso-para-agradar-a-chata — e, em vez de dar pulos de alegria, faz aquela “cara de paisagem”. E então você diz:

— Se não gostou pode trocar, meu bem, eu te mando a notinha.
 E ela responde:
— Capaz (se for gaúcha), não precisa, eu amei! — mas dois dias depois te liga, cobrando a tal notinha.

Quer coisa mais “natalinamente” tradicional do que isso? Que tal a ceia de Natal? Ah, a ceia de Natal! Começa com o bom e velho cabo-de-guerra natalino — este ano nós passamos lá ou eles vêm para cá? — e isso costuma demorar... Mas, adivinha só: você venceu o cabo-de-guerra natalino, parabéns! Este ano, o natal será por sua conta e risco!

Quem costuma ocupar o assento do convidado, que se delicia com as iguarias e guloseimas tão fartas e harmonicamente distribuídas sobre a mesa, mal sabe o trabalho que dá preparar este banquete. Mais difícil ainda é decidir o que preparar para a ceia de natal — além é claro da boa e tradicional ave natalina. Sempre tem o fulaninho que não come vegetais, as crianças que tem pânico de uva-passa e a mais nova namorada do filho que você descobre — quando tudo já está preparado — ser vegetariana!

Solução: põe ela sentada entre as crianças e o fulaninho. E só ela fazer a triagem do prato deles e todo mundo fica satisfeito!

A cozinheira corre, se esmera, acaba se atrasando para se arrumar — momento em que o marido reclama e, para lhe dar razão, os convidados chegam — “malditos convidados”, pensa ela, mandando todo seu espírito natalino para o forno junto ao peru, que a esta hora já apitou e ninguém se deu conta.

Enfim está tudo pronto, ela olha orgulhosa para a mesa, per-fei-ta, e libera a horda bárbara ao ataque, liderada pelo seu próprio marido — louco de fome, pois o expulsaram da cozinha quatro vezes!

Quando chega a hora da sobremesa ela sente até uma dorzinha no coração, ao ver a velocidade com que é consumida sua torta-obra-de-arte  — aquela que levou doze horas para ficar pronta, como ela enfatiza a noite inteira — não durou mais de doze segundos depois do ataque das formigas-super-desenvolvidas-vestidas-de-gente.


A ceia só não acaba mais rápido do que o décimo terceiro, que quando você pensa que veio, já foi, mas ao contrário dele, o gostinho que fica é a satisfação de ver a mesa cheia, não só de comida, mas de amigos e felicidade!

E então? Já decidiu o que servir em sua ceia de Natal? Vai mandar fazer? Que seja! Só não se esqueça de servir uma boa dose de bom humor, antes, depois e principalmente durante as refeições: você vai precisar!

E tenham todos um Feliz Natal!

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Ju Blasina




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