Joaquim Bispo
As palavras têm, por vezes, sonoridades e construções ortográficas que sugerem outras, com significados muito diversos. Pode, por isso, usar-se a sonoridade e a entoação para dizer algo que, não ofendendo ninguém, formalmente, contém uma ferroada subjacente.
Um dia, um colega de trabalho chegou dizendo que, no meio duma discussão no autocarro, uma mulher atirou para outra: «Vá para a Bósnia, sua Herzegovina!»
O exemplo foi inspirador, de modo que, uns tempos depois, usei a seguinte arma de arremesso para terminar em beleza um desentendimento no trânsito: «Ó meu caro amigo, sabe o que é que eu lhe digo? – Vodafone!»
O outro ficou uns bons três minutos, de olhos em alvo, a digerir a mensagem, contaram-me depois!
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Conheci um japonês, de gestos tão bruscos como os dos samurais dos filmes, que se chama Yátá ! A sua esposa, não tão dócil como as gueixas dos filmes, chama-se Komo Yátá?!
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Ontem vi um livro com o seguinte título: O que fazer depois de morrer
Ora aí está um assunto com o qual devemos preocupar-nos. É, com certeza, fundamental que cada um programe meticulosamente e com antecedência as actividades que vai desenvolver depois de morrer para que, quando chegar a altura, não fique para ali indeciso e enfadado sem saber como ocupar o tempo!
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