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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ria muito com pouco

Caio Rudá & Ricardo Thadeu

Ânus 70
Há muito tempo, numa discoteca muito, muito distante havia aquela cara, que abalava as noites de sextas-feiras ao chacoalhar freneticamente sua estrutura óssea em contratempos, antecipando a filosofia dream-theateriana. Era Lé de Zé Pelim, madeixas inimigas dos pentes e calças tão apertadas que por pouco não o rachavam ao meio, aproveitando a fissura glútea.

Em certa ocasião, ele que esperava por Darth Vader para lhe vender as balinhas de menta, ia amarrando os cadarços da mente, com um Hollywood entre os dedos. As luzes da bola cintilante dependurada do teto encandeavam os olhos de Lé de Zé Pelim, alterando levemente o fenótipo de seu “azinho-azinho”.

Da multidão, o amigo Vader surgiu e lhe entregou os comprimidos. Ele os ingeriu depressa. Lentamente, as luzes cintilantes que encandeavam seus olhos passaram a ser projetar, tal qual lâmpadas fluorescentes com som acoplado. E num devaneio interplanetário, lá estava Lé de Zé Pelim duelando com seu amigo de outrora, Darth Vader.

O embate durou centenas de milhões de anos-sem-luz, e, aproveitando o tropeço dos cadarços amarrados, o traficante estelar conseguiu desferir um golpe mortal no cambaleante Lé, cujo final foi o contato brusco com o chão.

No meio da pista da dança, um Ramone distraído foi testemunha do cumprimento da profecia. Como se tivessem apertado o review do vídeo cassete de não sei quantas cabeças, Lé de Zé Pelim retornou à posição inicial.

– Hey, ho! É um milagre brasileiro! – vociferou sem acordes punk o Ramone.
– Que a força esteja com você! – e sublimou o Lé de Zé Pelim.

Negócio da China
Em um camelo paraguaio de sotaque francês:
− Esse relógio é à prova d'água?
− É, mas melhor não testar.

Apesar da queda do sr. Dow Jones, a transação ocorreu sem maiores turbulências. No final, o turco vendedor acena seu kipá.
− Hasta la vista, monsieur.


Caio Rudá de Oliveira

Consulta Médica
O doutor:
- O senhor precisa comer ferro. Está com suspeita de anemia.

Nova consulta, raio-x, desenhos estranhos, objetos pequenos, cortantes:
- Mas que diabos. O que aconteceu com o senhor?
- Sabe como é, doutor. O feijão tá caro, o quiabo também...

Conto de Natal
Não pude escrevê-lo pois passei mal depois da ceia.

Sono
Vou escrever até...

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1 comentários:

Se vocês dois resolverem vender o que usaram antes de escrever esses textos, existe a chance de ficarem muito ricos - mas desconfio que a lei brasileira não permita, e vocês podem ser presos por isso. Quem sabe em Amsterdã...

Tá muito bom!

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