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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Eu-Tu-Nada

Unidos no tempo corpo e palavras...
Nós um, “eu-tu”, num eu completo e só;
Andrógino das Eras bimetálicas,
Bipartido por Zeus (o sublevava).
Fulminar de um relâmpago sem dó,
Que sublimou-nos nas etéreas mágicas.

Cindidos no tempo corpo e palavras,
Mas tão iguais, tal duas formas pálidas,
De novo reencontrados numa mó,
Sonhei que tu (eu?) a mim (tu) amava(s),
(Talvez só se busquem as antagônicas)
Pela primeira vez me senti só.

Outra vez sem tempo, corpo ou palavras,
Depois de tudo reduzido a pó,
Nos vemos hirtos de tais formas trágicas,
(Unidimensional paixão de um Jó),
Extremas, impensadas, desarmônicas,
De tudo que entre nós tu não falavas.

Tempo, corpo, palavra... (E(e)ra mágica?)
Numa “tecnoEra” que sei de co,
Quando teu feminino desprezavam,
Te venerei mui além das palavras
Num platonizar que me arrastava
Para, em nós ou na garganta, um nó.

Romântico, ingênuo ou bem pior,
Penso nas coisas que me apaixonava:
Quando um imã uma vez é dividido,
Pra uni-lo em mesmas faces, nem mágica;
Um pedaço tem que inverter seu lado,
Para que ambos voltem a ser um só.

Em corpos separados (eu gostava...)
Pela natureza (... muito...)(melhor?),
Entrego minhas (de ti?) palavras
Ao tempo (...realmente.) nas etéreas
Mágicas. Bipartido eu só sinto:
Eu um, tu uma, eu incompleto e só!

Terra da Luz, 26 de agosto de 1997 – 14h.

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