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sexta-feira, 13 de março de 2009

Pac-man


Com forte empenho, perícia e muita arte
Corro, recuo, avanço fazendo meu trajecto
E fujo outras vezes e me escondo redondo
Em meu circunscrito discreto concreto

Sou hábil, muito hábil, quase inatingível
Em toda essa minha perícia e cheganço
Sou o corredor de meio fundo do mundo
Todos ficam bem para trás de meu avanço

E esse velho jogo jogado eu já conheço
Comer e mais comer e ganhar pontos
Fintar logo se possível todos esses tontos
No contínuo de esforço onde enriqueço

Pela etapa seguinte e novo subir de nível
Concretizar de outro projecto possível
Que isso é sempre o que mais importa
O abrir a porta, da porta, da porta.

Bichinho de conta

De feitos defeitos nicho bem apertado e fechado
De leite deleite por tantos portantos por conta
És diz que diz não diz, léxico, disléxico controlado
O mais são ignorados direitos, vida de outra ponta

Cor, de cor, acção, decoração de coração!

És entrada e saída de lixo e não te interessas
Desaire, de Zaire, transmitido, exclusivo directo
Falta demorada de tecto, de morada, detecto
Sempre de ti partes e a ti enroscado regressas

Cor, de cor, acção, decoração de coração!

Bichinho de conta, em mundo "faz de conta" falcão
Nessa com posição decomposição de composição
Jogando tudo e o todo e os outros todos pro vento
Quando mais conta na conta teu gordo provento.

Infinito menos um

Um para o infinito... é o grito

Da refeita e desfeita palavra,
em dor e amor de ser comum.

Caminho e ir, círculo fechado,
cuidar guardando de guardado.

Um para o infinito... é o grito

Da pressa que nos regressa,
ser tantos e tão mais nenhum

Pele em fio de caneta, pincel,
pirueta, flor de vida inacabada

Um para o infinito, menos um
ou talvez zero, já não quero

Entre tantos, nenhum, aflito
Um para o infinito... é o grito

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