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sábado, 25 de outubro de 2008

Ninfa


“Sagueava” pelo Universo estrada
Arrastando comigo o lancinar
Da parte minha que faltava,
A buscar nas flores e nas melodias
O bálsamo à vida, o ópio à existência.

De uma brisa impacto, ao sabor dos meus tímpanos,
Se infiltra em mim a Música Monalisa de uma Ninfa Paisagem.

Ao querer do vento, vago a erigir altares à tão escultural voz.
Toco suas notas que nem Rodin poderia ter talhado.
Mas foge-me... Não! Afasta-se apenas...
Fujo-lhe por admiração. Nego-lhe meus sentidos
Por cuidá-los imerecidos de tão “ambroesia” contemplação.

Aqui estou, sitiado por sereias a lançarem-me em cantos,
Sugando à fonte da vida, suas moradas,
Aos pélagos profundos, à morte em seus líquidos.
Enlaço-me ao busto da mais bela (penso ser a Ninfa)
E sua cauda índia leva-nos a uma verdade: um Oceano em copo d’água...
Separamo-nos.

A Música chama-me cada vez mais viva.
Resvalo-me dela, reverente. Parece-me que eu é que
Chamo-me a ela, somente. Então me atrevo:
Minha romaria lhe seguirá a onisciência de sua divindade,
A felicidade em seu rosto e o prazer de seu corpo...

Penso ter Neruda desembarcado em minha alma,... não!
Foste unicamente Tu, querida, razão que faz um Vate fecundar metáforas!

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1 comentários:

Extremamente leve, mil imagens, um texto rico e inteligente.
Denis, vc foi surpreendente.Parabéns!!!!

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