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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Laboratório Poético Especial Terror



Enforcamento (poetrix)

 

Ouço corações distantes, ouço muitos

Sou como este cadafalso, cego e mudo.

Cessa o rufar de tambores.

 

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Vizinhança no cemitério (poetrix)

 

Rumorejam e choram jovens falecidos

Por obséquio, peço-vos silêncio.

Respeitem um velho defunto.

 

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A noite do levante (soneto)

 

Levantemo-nos, ó gente morta!

Aguarda-nos a insurreição.

Daremos àqueles que andam

Inesperada lição.

 

Levantemo-nos, ó putrefados!

Os vivos querem diversão.

Esquecem-se que malfadados

Os tempos na Terra serão.

 

Miremos o terror nas frontes!

Saiamos desses mausoléus.

A noite é dos mortos errantes.

 

Vamos, que a treva é nos céus!

Vermelho já é o horizonte.

Colhamos os nossos troféus!

 

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4 comentários:

Muito interessante, Volmar!

Geralmente a poesia se presta a temas muito mais "nobres", mas o resultado ficou ótimo. Poe ficaria orgulhoso.

Obrigado. Também gosto mjuito desse poema.

Que maravilha de soneto!
Realmente, saiu-se como uma jóia rara do horror.
Muito bom, Volmar! Belo trabalho.

Temos um poeta gótico e nem sabíamos. Excelente. Tem futuro no mundo sombrio...

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