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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Missão (Mariana Valle)

Todo dia, essa página me olha com cara de nada. E começo a escrever besteiras, alucinada.

Não, mentira. Vira e mexe e escrevo coisas que prestam. Com calma.
Quando as palavras me emprestam suas almas.

Nessas horas, a inspiração é genuína. Pareço uma menina deslumbrada com as descobertas!

Porque a poesia me desperta pra vida. É ela que cura as feridas e me mostra o caminho, compreende?

Sem poesia, minha vida não rende.

E pra quem não sente o mesmo, nem adianta explicar. Escreviver o poema me é como inspirar o ar.

Inspirada, inspirando, por vezes pirando com essa mistura. É vício e ao mesmo tempo cura.

Depois que a poesia se impôs em minha vida, virei prisioneira, fanática, fiel, daquelas bem lunáticas, sabe? E isso não é problema, é poema. Não é inferno, é céu. Os poetas moram na lua mesmo.

Fato é que, agora, não ando mais a esmo. Tenho destino certo: perder-me na vida. Para depois me achar nas palavras e poder dizer: missão cumprida.

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1 comentários:

Um bom texto confessional de uma mulher que preferiu casar com a poesia, o seu amor máximo.
Mas....na prosa também é inalcansável. Muito prodigiosa.

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