por Ju Blasina
Quando o assunto é sexo, você se considera uma pessoa liberal? Acha que, entre quatro paredes, vale tudo, ou essa simples pergunta já lhe parece invasiva? De qualquer forma, relaxe, pois essa crônica não pretende adentrar a sua intimidade. Talvez, só espiar um pouquinho... Em busca do seu ponto de vista, seu posicionamento sobre o assunto em questão.
Se você estiver sentindo uma certa malícia por baixo dessas linhas, lembre-se que o sentido das palavras é a nossa mente quem dá! Mas não se recrimine, muito pelo contrário: nos dias de hoje, ser inocente é uma atitude que não pega bem!
E para satisfazer a opinião alheia, tem muita gente por aí vestindo a carapaça de vinil, com medo de, sem ela, parecer careta ou pior: não aparecer! Desde que a série americana, Sex and the City, fez do vibrador o melhor amigo da mulher, que muitas só faltam levar o seu pra passear, de coleira – e botas, pinos, chicotes, algemas e o que mais o espaço permitir! É como se a geração que recebeu a tão almejada liberdade sexual tivesse convertendo o “livre” em “liberal” e fazendo disso um pré-requisito social.
Ser heterossexual, monogâmico e reservado é praticamente uma afronta aos valores da sociedade contemporânea! E por conta disso, existem hoje tantos falsos gays – aqueles que buscam um envolvimento sócio-sexual (sim, porque se não mostrar, não conta!) com pessoas do mesmo sexo por razões pra lá de duvidosas, longe daquelas pelas quais a comunidade verdadeiramente gay luta até hoje!
Foi-se o tempo em que a palavra swing* qualificava os indivíduos que possuíam malemolência e samba no pé. A menos, é claro, que o sexo seja considerado um novo estilo de dança. Nesse caso, já pensou no sucesso que faria a dança dos famosos, para maiores de dezoito anos? Dá até para imaginar a sentença de um jurado: “Eu fico com o casal A, porque ele tem um belíssimo movimento de quadril, e ela, uma abertura de pernas perfeita!” – talvez, nesse contexto, as expressões perna-de-pau e duro de assistir ganhassem novos significados... Só talvez.
As quatro paredes dos amantes modernos são de vidro transparente – tanto para ver, quanto para mostrar! E na ânsia por esquentar, sacudir e apimentar a relação, muitos casais acabam perdendo-se mutuamente – o que é compreensível... Basta contar o número de acessórios que dividem a cama! E, quando a pilha deles acaba, muitos preferem trocar os antigos brinquedos por humanos. E logo o casal vira de três, de quatro e de quantos mais couberem na vontade do playcouple* e no coração do polyamori*.
Se, entre quatro paredes, vale tudo? Vale... Vale tudo! Até mesmo dançar homem com homem e mulher com mulher! Só não vale fazer de nós os sex toys*!
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*Nota da autora: Playcouple – nome dado ao casal adepto do swing, ou de outras práticas sexuais liberais. Polyamori – estilo de vida onde há, além de uma vida sexual, envolvimento afetivo com mais de uma pessoa. Sex toys – brinquedos sexuais; acessórios vendidos por lojas especializadas, chamadas sex shops.
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