(Maristela Scheuer Deves)
Seja sincero: alguma vez, durante uma aula de física, você pensou que aquele conteúdo que o professor explicava lá na frente e que por vezes parecia impossível de entender poderia servir de base para um romance de suspense? A resposta, muito provavelmente, é não.
Eu, tampouco, cheguei a cogitar tal coisa. Assim, quando vi a capa do livro A última teoria de Einstein numa banca da Feira do Livro de Caxias do Sul, onde moro, ele não atraiu minha atenção. O título e as fórmulas matemáticas na capa deram-me a impressão de que se tratava de um livro teórico.
Mas quando o livreiro, meu conhecido, indicou-me sua leitura, resolvi dar à obra o ônus da dúvida e folheá-lo. Foi o bastante para mudar minha opinião: o livro valia a pena ser comprado e lido. Essa nova impressão se confirmou durante os dias de leitura, pois a obra é um thriller de muito suspense, mesclado com o mundo dos pesquisadores e do terrorismo (e uma pitada de romance).
A trama de A última teoria de Einstein, do escritor Mark Alpert (editado no Brasil pela editora Agir, 388 páginas, preço aproximado de R$ 40), gira em torno da Einheitliche Feldtheorie, ou teoria do tudo, um conjunto de equações explicando todas as forças da natureza que Albert Einstein teria descoberto - mas não teria revelado por medo de que ela fosse usada para criar armas ainda mais poderosas do que a bomba atômica.
Apenas três cientistas que trabalharam com Einstein sabem dessa teoria, e agora eles estão sendo mortos, um a um. O último, antes de morrer, revela a existência da teoria a seu ex-pupilo David Swift, um professor universitário que, a partir de então, passa a ser perseguido pelo FBI e por um matador implacável.
Com estilo semelhante a O Código Da Vinci, A última teoria de Einstein é de certa forma mais convincente, talvez pela mescla com o mundo da física e da matemática.
Uma leitura que prende do início ao fim - mesmo enquanto os personagem discorrem sobre física.
2 comentários:
A partir do momento em que li o magnífico Anjos e Demônios de Dan Brown, pude constatar que o uso da física na literatura pode servir de poderosa alegoria.
Quanto à pergunta de que "se alguma vez, durante uma aula de física, eu já havia pensado que aquele conteúdo que o professor explicava lá na frente e que por vezes parecia impossível de entender poderia servir de base para um romance de suspense?" Minha resposta seria diferente.
A essência do misteriso, do impressionante e do potencial fictício impregnado nas verdades e nas lendas propostas por teorias matemáticas aguçam de certa forma o lado humano da curiosidade. Há sempre aquela pregunta crucial. "Seria isto tudo verdade?" E estes artifícios sempre me faziam conjeturar histórias e mais histórias envolvendo tais teorias, embora não fossem sempre literárias.
O que é a Física moderna senão uma interminável novela de suspenses?
Quem não delirou de ansiedade acompanhando as novidades da Física trazidas a cada mês por revistas como Superinteressante, Ciência Hoje, Scientific American,etc...?
Cada passo investigativo, cada experimento um suspiro das intrigantes respostas que a natureza nos dá...
Agora depois do modelo de ficção que tem se estabelecido a partir de "O código Da Vinci", narrativas rápidas e cheias de ação onde cada mistério somente é desvendado após de se instigar outro, nada melhor que a Física pra engedrar suspenses.
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