Receba Samizdat em seu e-mail

Delivered by FeedBurner

domingo, 18 de maio de 2008

Fábulas Brasileiras

por Carlos Alberto Barros

Quebra-barraco, Lacraia, Bola-de-fogo, Tigrão, Moleque-piranha, Créu, Mulher-melancia, Éguinha Pocotó... O que seria isso? Elementos de uma clássica fábula infantil? Personagens de algum romance de realismo fantástico? Seres mitológicos de uma civilização perdida? Creio que a última opção parece a mais próxima da verdade.
Todas essas alcunhas, por sinal, de uma criatividade exuberante, são apenas parte da cultura funk brasileira. Mas, que dariam ótimos personagens, dariam! Não se pode negar. Imagine:

Papai Bola-de-fogo sempre amou Mamãe-melancia, desde quando ela era só uma sementinha.
O amor do Papai Bola-de-fogo era uma chama linda e eterna, Mamãe-melancia era muito feliz ao seu lado.
Dessa bela união, nasceram o Moleque-piranha, que adorava brincar na água da fonte e comer minhoquinhas, e a Menina Quebra-barraco, que era a mais bagunceira e deixava a casa de pernas para o ar.
Lacraia, Tigrão e Éguinha Pocotó eram os bichinhos de estimação. Sempre muito alegres e saltitantes.
O Bebê Créu foi encontrado perdido na floresta. Ele era bem espertinho: para comer, velocidade cinco; no dever de casa, velocidade um.
O amor e a paz reinavam na bela família.Viviam felizes e em harmonia, até ninguém mais lembrar que existiam.

Apesar da engenhosidade dessas personagens, acredito que não chegarão ao imaginário popular tal como Chapeuzinho Vermelho ou Os Três Porquinhos. Porém, não se pode ter certeza.
Pergunto-me: Quantas mais personagens fantásticas surgirão nas fábulas brasileiras? Quais “estórias” esta e as próximas gerações ouvirão?
Penso nas respostas e chego a me arrepiar. Lembro do Lobo Mau... Que medo!

Share




0 comentários:

Postar um comentário